quinta-feira, 11 de abril de 2024

AUTOCONTROLE E LIBERDADE

 


“Se quer permanecer são de corpo e de espírito, é necessário tomar a sólida resolução de dominar-se a si mesmo e permanecer fiel a este propósito durante toda a vida.” E. de Feuchtersleben.

“O conhecimento de si mesmo abre uma trilha para descobrir hábitos, tendências, perturbações, emoções, qualidades interiores. Não precisa de olhos, mas de silêncio e reflexão.” A. De Simone

 

Mesmo tendo liberdade para fazer e ser o que quiser, ainda assim, hoje o ser humano se encontra desesperado, angustiado, inseguro, cercado de dúvidas que o levam ao pessimismo. Sem forças para viver. Adota comportamentos inadequados quando tenta resolver seus conflitos emocionais (como por exemplo, buscar soluções que não se encontram na realidade ou atribuir aos outros responsabilidades que são suas).

Não é livre a pessoa que se sente “solta” de toda e qualquer norma e se recusa a qualquer disciplina. Porque na prática ela ficaria submissa aos próprios desejos.

Livre é aquela que escolhe conscientemente a vida que se quer viver e o uso que fará dela. É regular os desejos conforme propósitos e circunstâncias.

A expressão da liberdade é o comportamento. E todo comportamento vem a partir das referências e dos valores-base que cada pessoa carrega.

O trabalho, o bem comum e a família constituem os valores-base. Escolher amigos, companheiro(a)s, religião, profissão, leituras é também escolher o ambiente onde se crescerá na vida.  Quem se descuida expondo-se a um ambiente sem sintonia com seus propósitos, corre o risco de ter que se submeter a uma quantidade adicional de cansaço.

Faz parte de quem é livre se controlar. Quem é controlado presta atenção em si mesmo. Se observa. Não ignora suas emoções e nem seus afetos. Tem uma vida organizada e prever como se comportar diante de certas situações.

Agora não é tão fácil. Há as fraquezas, as limitações, os tropeços, os imprevistos. A pessoa precisa estar amparada por algo que seja eterno e seguro. Além disso, ter a coragem de dar uma resposta adequada e profunda aos tantos porquês da vida e às suas muitas mensagens.

“A fé em Deus é de grande ajuda para quem tenta dar, uma vez mais, coerência e esperança à própria vida.”

O evangelho de Cristo confirma e aperfeiçoa o comportamento humano. Aliás, Jesus é o modelo de ser humano por excelência.

CANOVA, Francesco. Autocontrole e liberdade. 4 ª edição. Tradução Haroldo Reiner. São Paulo: Paulinas, 2002. 80p. (Coleção Psicologia e Personalidade).

quarta-feira, 6 de março de 2024

COMO VENCER A TIMIDEZ


 

Timidez é conceituada no dicionário como um sentimento de insegurança causado por medo do ridículo e do julgamento dos outros.

É visto como problema quando afeta o desenvolvimento da pessoa e sua relação com os outros.

A pessoa que é tímida tende apresentar baixa autoestima. Não se enxerga como alguém capaz de fazer e conquistar algo; Dar importância demais ao que os outros estão falando ou pensando a seu respeito; Prefere o isolamento; Às vezes procura exibir-se pensando que é excepcional, fora do comum, superior aos outros e nega responsabilidade por algumas escolhas.  

Espera demais da vida e das pessoas. 

Ao perceber que as coisas não são assim fica tão desiludida a tal ponto que acha necessário ferir, buscar vingança, odiar o próximo. 


Como reverter isso?

 

Não é uma tarefa fácil. Ajuda quando a pessoa se propõe a:

 

Ø  Descobrir e reconhecer os motivos que traz vergonha;

Ø  Aceitar as próprias fraquezas, inseguranças e indecisões;

Ø  Ser honesto com os próprios sentimentos;

Ø  Conhecer o próprio valor, o papel que desempenha na sociedade (ou o verdadeiro papel que Deus confiou);

Ø  Questionar-se quanto às razões profundas que estão por de trás das atitudes;

Ø  Ir de encontro das pessoas com simplicidade e humildade;

Ø  Compartilhar a própria vida;

Ø  Não focar tanto em si mesmo para assim se comportar de modo natural, espontâneo e autêntico;

Ø  Gostar de si mesmo;

Ø  Amar o próximo sem querer transformá-lo, sem esperar algo em troca;

Ø  Dar ao outro o que gostaria de receber;

Ø  Perdoar, pois perdoar é libertar-se do passado;

Ø  Não contar sempre consigo mesmo;

Ø  Saber que ganhou esta vida para desempenhar um papel que pode ser diferente do outro;

Nosso verdadeiro ser encontra-se em nossa alma. Sem esse conhecimento passamos a mendigar afetos, buscar consolações, buscar ser compreendidos e procurar emoções para preencher um vazio.

A fé pode ajudar. Ao ter consciência que é amada por Deus, a pessoa se liberta de expectativas e julgamentos dos outros.

ALBISETTI, Valerio. Como vencer a timidez. Tradução de Clemente Raphael Mahl. São Paulo: Paulinas, 2004. 80p. (Coleção Psicologia e você). 

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

COMO SE ESTAR VIVENDO O AMOR?

O amor vence a depressão. Arranca o sujeito de si mesmo e direciona-o para o outro.

É um relacionar-se com outra pessoa conhecendo sua individualidade e seu mistério.

É um deixar-se ser fraco para ao mesmo tempo sentir-se forte.

 

O filósofo, professor e escritor coreano Byung-Chul Han discorre no livro Agonia de Eros o quanto o amor vem perdendo espaço atualmente num mundo onde a pessoa tem à sua disposição escolhas infinitas de liberdade e multiplicidade de opções.

·         O ser humano vive constantemente comparando tudo com todos.

·         Não consegue mais estabelecer claramente os próprios limites.

·         Sobrecarrega-se querendo controlar tudo de maneira exagerada e doentia.

·         Acha que é livre por não está submisso às ordens de alguém.

·         Trata o próprio corpo como mercadoria.

·         Busca no outro a confirmação de si mesmo ou o enxerga apenas como objeto de excitação.  

·         Não quer mais se relacionar.

·         Evita o sofrimento a todo custo.

·         Cuida de forma exagerada a própria saúde.

Byung afirma que nada verdade isso não faz do ser humano uma pessoa realmente feliz. Pois agora ela explora a si mesma e por decisão pessoal. Vive por viver, permanecendo igual a todo mundo. Sem rumo, sem descanso e sem paz.

Apesar dessa exposição séria e preocupante, o autor é esperançoso.

A vida com seus mistérios pode surpreender e ensinar que uma desgraça desastrosa pode converter-se inesperadamente em graça e salvação. A relação com o divino faz a pessoa perceber a verdadeira “essência do amor”. Esquecendo um pouco de si mesmo, a pessoa passa a renunciar algo e a olhar o negativo “diretamente nos olhos”, além de descobrir formas de enfrentá-lo.

HAN, Byung-Chul. Agonia do Eros. Tradução de Enio Paulo Giachini. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017. 96p.

domingo, 7 de janeiro de 2024

O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON (THE CURIOUS CASE OF BENJAMIN BUTTON)


Assistindo novamente O Curioso Caso de Benjamin Button, o que mais percebi foi o enfoque que filme dá ao tempo, envelhecimento e a morte.

A história começa com uma idosa Daisy Fuller (Cate Blanchett) numa cama de hospital prestes a morrer. Conta a sua filha a história de um homem que após perder o filho na Primeira Guerra Mundial faz um relógio com os ponteiros andando em sentido anti-horário. Daisy pede a ela que pegue e leia um diário que está em seus pertences. Nele há a história da vida de um homem, Benjamin Button (Brad Pitt). Sua mãe morre no parto. Ao ficar horrorizado em ver sua aparência, seu pai o abandona num lar de idosos. Benjamin tem aspecto de um velho e está com os dias contados. É acolhido por Queenie (Taraji P. Henson), uma cuidadora, que decide tomar conta dele nos seus próximos poucos dias de vida. Só que a medida que o tempo vai passando ele não dá sinais que vai morrer. De forma misteriosa vai rejuvenescendo. Benjamin vai conhecendo e se despedindo de pessoas. Têm suas primeiras experiências de vida: Sai de casa para passar um tempo trabalhando no barco do capitão Mike (Jared Harris); Vive o primeiro amor; E ver um pouco do horror da Segunda Guerra Mundial. Ao retornar para casa conhece seu pai biológico que está morrendo e herda toda sua herança. Chegando na casa dos 40 anos vive um romance com Daisy, uma paixão que ele conheceu quando ela era uma menina. Quando a primeira filha deles nasce, Benjamin fica preocupado, pois acha que não terá capacidades de cuidar dela por causa de sua condição.

Todos vamos envelhecer. As forças não serão as mesmas, as limitações surgirão e não seremos tão independentes. A morte também vai chegar. Um dia vamos morrer e as pessoas que amamos também.

Agora esses dois acontecimentos não nos impede de viver. Ir a lugares diferentes, conhecer novas pessoas, colher novas experiências (boas e dolorosas).

E o tempo? Não podemos pará-lo ou querer que ele ande para trás. O que resta é escolher o que fazer com o tempo que temos.

Com o passar do tempo, O Curioso Caso de Benjamin Button ainda continua interessante. Seja pela história, pelo elenco, trilha sonora e os temas abordados.

Dirigido por David Fincher. Roteiro de: Eric Roth. História de: Eric Roth e Robin Swicord. Com: Tilda Swinton. EUA, 2008, 2h46 min.

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