domingo, 14 de agosto de 2022

FAZER ALGO DE BOM PELOS OUTROS NOS TORNA PESSOAS MELHORES?

Depende. Se for pra fazer esperando alguma retribuição, para “aparecer” ou para alimentar a vaidade, então...

Nas cenas finais de Blade Runner 2049 de Denis Villeneuve, o personagem K(Ryan Gosling) ao perceber que não ia ter o que sempre queria e que tudo que acreditava não passava de uma mentira decidiu fazer o que achava certo: fazer um pai reencontrar a filha que não via desde seu nascimento. Nem que tivesse que pagar com a vida.

Meio sem querer, K nos mostra não apenas que não se pode ter o que se quer, mas que se não formos contra nossas vontades, o mal cresce e ganha força. É preciso perceber que existe algo além de nossos desejos e necessidades e que tem alguém que sofre mais do que nós. Temos uma parcela de responsabilidade pelo mundo ser o que é hoje.

“Morrer pela causa certa é algo mais humano que podemos fazer” é dito no filme. Qual o preço? Talvez a própria vida. O que receber? Talvez nada. O que ganhar? Idem.

Há pessoas que vale a pena se arriscar por elas. E não precisa ter um grande motivo. Deckard(Harrison Ford), o pai da história, ao ser salvo pergunta a K:

“O que sou pra você?”

K não responde. E nem precisa. Talvez Deckard fez a pergunta porque essa atitude “de dar sem receber” é muito estranha. E é mesmo, mas são essas que fazem acender uma chama de esperança. 

domingo, 7 de agosto de 2022

O GRANDE TRUQUE (THE PRESTIGE, 2006)


Após uma morte trágica, dois mágicos, Robert Angier (Hugh Jackman) e Alfred Borden (Christian Bale) se tornam rivais e entram numa competição sem escrúpulos, onde os resultados serão trágicos.

Christopher Nolan consegue, além de nos fazer gostar de um filme mesmo sem entendê-lo muito bem, a proeza de transmitir algo relevante para nossas vidas.

Querer ser o melhor que o outro pode ser nocivo quando os meios utilizados são reprováveis. Tudo se perde e muito se paga, inclusive as pessoas que estão ao redor.

Observa-se na história do filme:

·         Relações humanas podem se desfazer e nos colocar um contra o outro;

·         O quanto enganamos e somos enganados;

·         A nossa falta de atenção;

·         A decisão consciente de ir até um fim fazendo algo que se sabe que é errado;

·         O quanto o outro se torna descartável diante de nossos desejos egoístas;

·         A mudança radical diante de uma perda de alguém querido;

·         Vingança não resulta em outra coisa senão a tragédia.

 

De Christopher Nolan. Com Michael Caine. EUA, 2006, 2h10 min.


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