A qualquer momento. A qualquer dia. E a qualquer hora, uma
situação vai exigir de nós uma grande decisão. Esta decisão será resultado de
pequenas decisões que tomamos ao longo da vida. Este momento, este dia e esta
hora chegou uma vez para a italiana Gianna Beretta Molla. Durante a gravidez de
seu quarto filho descobriu um fibroma uterino (um tipo de tumor maligno). Havia
três escolhas a fazer:
·
Remoção do tumor e do útero (que salvaria sua vida);
·
Interrupção da gravidez e remoção do tumor (para ter outros filhos);
·
Remoção do tumor sem interromper a gravidez (a mais arriscada, pois comprometeria sua
vida).
Ela escolheu esta última e
no dia 20/04/1962, uma Sexta-Feira Santa, a criança nasceu e recebeu seu nome:
Gianna Emanuela. Uma semana depois Gianna Beretta Molla entra em coma falecendo
no dia seguinte, 28/04/1962 às 08h da manhã.
Ela tinha 39 anos.
A
vida de Gianna
Todos os pequenos momentos que
ela viveu no cotidiano foram pouco a pouco lhe preparando a tomar aquela grande
decisão: decidir livremente sacrificar sua vida para salvar a da criança que
levava no ventre.
Não existiu nada de
extraordinário na vida de Gianna. Teve pais; irmãos(sete); formou-se (em
medicina com especialização em pediatria); casou-se (com Pietro Molla em 1955);
teve filhos (quatro).
O que marcou mesmo sua vida
foi a Fé em Jesus Cristo. Após a participação em um curso de Exercícios
Espirituais, aos 15 anos, definiu este propósito:
“Jesus,
prometo-me submeter-me a tudo o que permitires que me aconteça. Só te peço que
me faças conhecer Tua Vontade.”
Desde pequena fazia da
melhor forma possível àquilo que competia fazer. Sem nunca recuar. Participou
da Ação Católica (movimento que no
início do século XX organizava e ampliava a participação dos leigos católicos
no apostolado da Igreja). Em todas as circunstâncias se dirigia confiantemente
ao Senhor. Antes da cirurgia ela tinha esperança de que o Senhor haveria de
ajudar e a deixaria com seus filhos e marido.
Os
milagres
Os dois milagres que foram
atribuídos a sua intercessão ocorreram com duas brasileiras. A primeira foi a
cura de uma fístula retovaginal contraída de uma operação de um corte cesariano
com filho natimorto de Lúcia Silva Cirilo em 1977, Grajaú-MA (a dor que ela
sentira desapareceu e a fístula cicatrizou). E o parto miraculoso de Elisabete
Arcolino, ano 2000. Na gravidez de seu quarto filho descobriu-se um tipo de
problema em qual seria necessário a interrupção da gravidez. Elisabete recusa a
operação confiando na intercessão de Gianna. Após uma operação cesariana, sua
filha nasce em 31/05 daquele ano sem grandes complicações.
Gianna Beretta Molla foi
proclamada Santa em 16 de maio de 2004 pelo Papa João Paulo II.
Uma
mensagem de sua filha caçula para todos nós
“O caminho da Cruz, como
Nosso Senhor Jesus testemunhou e indicou, é humanamente o mais desconfortável e
difícil; no entanto é o único caminho que nos permite dar um sentido pleno e
completo às nossas vidas.”
Gianna Emanuela
Molla.
Foto1: Giana com Pietro
Foto2: Gianna com Mariolina
Foto3: Gianna com Pierluigi e Mariolina
Foto4: Funeral de Gianna em 30 de abril de 1962
Foto5: Laura, Gianna Emanuela e Pierluigi no dia da canonização da mãe.*
*A irmã deles, Mariolina faleceu em
1964 de Glomerulonefrite.
PELUCCHI, Giuliana. O amor maior: a história de Santa
Gianna. Tradução de Antônio Maia da Rocha. Dois Irmãos, RS: Minha Biblioteca
Católica, 2020. 296p.
Leitura complementar: Sobre o aborto e ter filhos