domingo, 27 de janeiro de 2019

PERDAS E GANHOS



Durante as 158 páginas de Perdas e Ganhos, publicado originalmente em 2003, Lya Luft (1938-2021) fala de muita coisa. Mas não fica em cima do muro. Critica uma vida superficial, com propósitos vazios ou decisões alheias; Incentiva um olhar interior e a busca pela verdade; aponta possibilidades de ser feliz em meio a tristezas; discorre que a criação, o ambiente familiar, disposição genética e situações do momento são definitivas para nos formar como pessoa.

Na vida de alguém que vem atravessando o tempo em seu coração podem conter dores e alegrias. Mas também sabedoria. Aquela(s) palavra(s) que mexem nossos sentimentos e nos faz refletir e querer ser uma pessoa diferente.

LIMITES...

·    Ninguém tem o luxo de fazer o que se gosta. Fazemos motivados pela sobrevivência.

·    Faço o que sei e o que posso fazer.

·    Cada um com seu caminho e singularidades.

QUAL  NOSSO  TEMPO?

·    Nosso tempo é o tempo presente.

NÃO CULPAR...

·    Não se culpar, mas pensar: “Naquele momento e circunstância fiz o melhor que eu podia.”

·    Não adianta culpar nossos pais. Eles procuraram fazer o melhor até onde a situação permitia.

PARA SE FORMAR UM INDÍVIDUO

·    Para se ter uma personalidade equilibrada não precisa de muita instrução e nem de bens materiais.

DE ONDE VEM A DECISÃO?

·    Uma decisão nasce de uma perspectiva interior. “Na escolha de um parceiro opto pelo que julgo merecer”. Está conforme aos meus desejos mais obscuros.

AMADURECER É...

·    Amadurecer é ter novo olhar, na lucidez de certo distanciamento, permite compreender aspectos nossos e alheios antes obscuros.

UMA DAS MAIORES FRUSTRAÇÕES...

·    Um dos motivos de nossas frustrações, homens e mulheres é vivermos numa cultura que idolatra a juventude e endeusa a forma física além de qualquer sensatez.

DE ONDE VEM O SOFRIMENTO?

·    Sofrimento vem da falta de comunicação e encontros.

CONSEQUENCIAS DA FRIEZA...

·    Somos tão frívolos que nos tornamos incapazes de amar a vida tal como nos é dada e conquistada em cada estágio. Somos dominados por uma inquietação que não é aquela positiva que nos leva a produzir, a nos abrirmos para novidades, mas agitação infantil de quem nunca se contenta porque não se encontra. Por isso se fragmenta e se perde.

O QUE MAIS QUEREMOS?

Nossa obsessão atual é, antes mesmo de dinheiro e posição social, a aparência física. Então viver não é avançar, mas consumir-se e definhar. No entanto, faz parte de crescer que na infância meus ossos se alonguem, que meu sapato não seja mais tamanho 25. Faz parte crescer que na maturidade o corpo mude e siga se transformando mais.

·    Buscamos as mesmas coisas: afetos, segurança, liberdade e parcerias.

·    Olhar que confere sentido ao mundo.

O QUE DEVERIA SER O ESSENCIAL?

O essencial é que nossa vida seja desdobramento e abertura. Que neste universo de mil recursos e artifícios, de artefatos e inovações fantásticas, de agitação e efervescência, eu consiga ainda ter o meu lugar, aquele onde me sinto bem, onde estou confortável ­– não adormecido.

Onde eu possa ainda acreditar: não faz muita diferença em quê, desde que não seja unicamente no mal, na violência, na traição, na corrupção, no negativo.


                                                                                                  Atualizado em 21/08/2022

FONTE:

LUFT, Lya. Perdas & ganhos. 40ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2017. 158p.

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