domingo, 26 de junho de 2022

A SOMBRA DO PAI



No meio cristão-católico, a figura de José de Nazaré desperta curiosidade. O pouco que se fala dele nos evangelhos (Mt 1, 18-25; 2, 13-14, 19-23; Lc 2, 4-5) mostra um homem silencioso e de ação.

Como foi a vida desta pessoa que nas Sagradas Escrituras em nenhum momento fala? Que só recebia as mensagens de Deus em sonho? O que se passava em sua cabeça pela responsabilidade de criar o filho de Deus? Quais foram os aprendizados?

José não era Deus e nem foi agraciado por nenhuma graça especial. Sofreu com as demoras e teve medo diante do futuro e dos perigos da vida. Foi abandonado pelos seus parentes. Sentiu na pele a incapacidade, os limites pessoais. Incomodou-se com suas frequentes inconstâncias.

O livro não mostra a versão oficial da vida de José. É mais um “como se fosse”. Fala de como a vida é difícil, mas que é preciso vivê-la. Da conformidade de uma realidade por outra. Toca na parte da fé. Fala da presença real e constante do Altíssimo. Da oração que “dissipam as dúvidas”. Do papel que temos que desempenhar.

José cumpriu o seu. Enquanto esposo de Maria Santíssima e guardião do Filho de Deus, foi “a sombra do Pai”.

          

Dobraczynski, Jan(1910-1994). A Sombra do Pai. Tradução de Antônio Carlos Santini. São Paulo: Cultor de Livros, 2017. 327p.  


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