segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

AS CONSEQUENCIAS DAS ESCOLHAS FEITAS




SPIDERMAN 2 (2004)

            Nessa continuação, a vida de Peter Parker (Tobey Maguire) está uma bagunça. Ele não está tendo êxito em conciliar sua vida pessoal com a de herói. Para piorar surge um novo vilão.

            Uma escolha requer perdas e renúncias. As prioridades devem mudar. A luta agora se trata em ser fiel a decisão feita. Nesse caminho, as escolhas descartadas surgem para nos tornar mais confusos. A dúvida volta: “Será que fiz a escolha certa?” “Acho que deveria ter feito...” Nessa divisão do que somos e no que deveríamos ser, desaparecemos. Perdendo o conhecimento de si mesmo não conseguimos ser ninguém.

            Para ganhar, precisa-se perder. Em cada ato decidido vêm as consequências. Precisa-se enfrentá-las. Nunca será fácil. No início achamos que não vamos suportar as dores vindas e pensamos em desistir. A distância de pessoas queridas e de sonhos nos leva a refletir: “Não posso ter o que quero?” “O que tenho que fazer?” “Do que realmente preciso?”

            Mas, no final tudo se encaixa. O tempo vai dando sinais do que podemos realizar. Adquirimos força para abandonar o que queremos e escolher o certo. Às vezes na obstinação de realizar nossos objetivos, acabamos no tornando monstros. O tempo também mostra que não podemos decidir pelo outro. As novas situações nos moldam e olhamos para cada um de forma diferente. As pessoas não são coisas. Elas mudam! Não vai ser mais como antes. A verdade precisa vir à tona. Ela nos liberta.


Spiderman 2, Com James Franco, Kirsten Dunst, Alfred Molina e  Rosemary Harris. EUA, 2004, 2h07min.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

ENTÃO, FOI FALTA DE OPORTUNIDADE?



          Ao ingressar numa universidade, o sonho de muitos é ao final da graduação exercer a profissão escolhida. Nesse período de experiência sentimos na pele a distância daquilo que se esperava daquilo que é na realidade. Nem tudo é um mar de rosas. Neste misto de alegrias e desapontamentos ou você se encontra ou você se perde. 

Fora da sala de aula o panorama é complexo. Mesmo que seja o mais capacitado, se não tiver alguém que lhe ajude dificilmente conseguirá. Poder e influência são dois pontos de sobrevivência.

Busca-se estabelecer contatos, conhecer gente. Nesse período de esperas e decepções a cabeça muda. Você se conhece mais e ver que ficar revoltado não resolve nada. Tem que se reinventar e pôr uma finalidade em tudo que fez e faz. Descobrir algo que lhe motive.

 Aí está o centro. Num tempo em que até os sonhos são globalizados, enterramos nossos reais talentos para realizar o sonho dos outros. Para se emancipar é preciso ter a capacidade de mudar. E tirar algo positivo daquela insatisfação. Ninguém disse que seria fácil. Viver é assim mesmo: uma luta!


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

A MORAL CATÓLICA




AQUINO, Felipe. A moral católica e os dez mandamentos. 4 ed. Lorena: Cléofas, 2010. 200p.

1 - A MORAL CATÓLICA

            É a base do comportamento cristão. São caminhos que nos levam a Jesus Cristo.
2 - CERTO E ERRADO?

            Nestes tempos não se sabe mais O QUE SE DEVE FAZER E EVITAR (moralidade). Cada um faz o que bem entende. Jesus Cristo através do evangelho e da Igreja nos transmite as virtudes (vontade constante de fazer o bem) para que possamos viver em paz e ordem. Algumas somente Deus pode dar que são as sete virtudes infusas que recebemos no Batismo.

3 - AS 7 VIRTUDES INFUSAS

            Três delas nos direcionam a Ele (Fé, Esperança e Caridade Leia aqui sobre essas virtudes). As demais, a viver de forma correta os bens deste mundo:

Prudência: Forma adequada de se chegar a algo. Não usar meios maus para se chegar a fins bons.

Justiça: Dá a Deus o que é de Deus e ao próximo o que lhe é devido.

Temperança: Equilíbrio nos bens criados vencendo a atração pelos prazeres sensíveis (gula, luxúria, vanglória).

Fortaleza: Firmeza nas dificuldades em fazer o bem.

4 - ESTADO DE GRAÇA?

Graça santificante: Recebida no batismo nos dirige a vida eterna. Por meio dela, o cristão contempla Deus dentro de si e ouve seus apelos (Rm 8, 26). Se for perdida pelo pecado mortal pode ser recuperada pelo sacramento da confissão.

Graça atual: Auxilia o cristão na luta diária contra a tentação e o pecado. Auxilia sua inteligência, fortificando a vontade na realização de atos sobrenaturais.

5 - OS DONS INFUSOS DO ESPÍRITO SANTO (NÃO CONFUNDIR COM OS CARISMAS! Leia aqui)

            Dons recebidos no Batismo. Servem para nossa santificação.

Ciência: Contemplo a Deus pelas coisas criadas e a efemeridade delas.

Inteligência: Penetrar nas verdades reveladas por Deus. Assim temos horror do pecado e conhecimento das nossas misérias.

Sabedoria: Amando Deus primeiramente tenho gosto pela verdade.

Conselho: Reta maneira de agir no tempo oportuno e nos termos devido. Sem tanta insegurança e fadiga.

Piedade: Orienta nossa relação com Deus e ao próximo de forma desinteressada.

Fortaleza: Tranquilidade e paz em momentos turbulentos.

Temor de Deus: Medo de perder Deus. O Espírito move o cristão a dizer Não a tentação.

6 – PECADO

            O pecado é a desobediência às leis de Deus por meio de um ato, palavra ou desejo (CIC1849). É o mau uso da liberdade.

            “O pecado gera na pessoa uma tendência ao próprio pecado. Podemos dizer que quanto mais se peca, mais se está predisposto ao pecado. A repetição torna-se um vício. E assim, nasce na pessoa a inclinação à perversão, obscurece-se a consciência, e vai se perdendo o discernimento entre o bem e o mal. A prática do pecado continuamente, faz com que a pessoa perca a noção da sua gravidade. (AQUINO, 2010, p. 57)”

7 - OS DEZ MANDAMENTOS  Catecismo da Igreja Católica, CIC 2083-2550


  1. Amar a Deus sobre todas as coisas = Adorar a Deus é reconhecê-lo como Criador, Salvador e Senhor, fonte de amor e misericórdia infinita. Se isso for verdade renunciamos a todo tipo de adivinhação, magia, feitiçaria, espiritismos, sacrilégios, gnosticismo e simonia.
  2. Não tomar seu santo nome em vão = Não fazer juramentos que não cumpriremos e nem piadas de mau gosto de Jesus e Maria (blasfêmia).
  3. Guardar domingos e os dias de festas = Descansar corpo e mente e guardar o domingo a Ele.
  4. Honrar pai e mãe = Aceitar nossos pais como são sem querer corrigi-los. Dando a devida atenção.
  5. Não matar = Combater o suicídio, aborto, eutanásia, escândalos, cólera(vingança) e o ódio.
  6. Não pecar contra a castidade = Usar o sexo com fins de procriação e intimidade. Lutar contra a masturbação (ato desordenado que nos deixa isolados e achando tudo chato) e a pornografia (mudança de como olhar as pessoas, dando atenção mais as partes íntimas.), ser contra a prostituição e ao estupro. Com os homossexuais devemos condenar o ato sexual, mas respeitá-lo como pessoa humana e cristã sem ridicularizá-lo. CIC 2359. O sexo foi feito para o casamento. O adultério, a fornicação, divórcio, poligamia, incesto e abusos sexuais arruínam o matrimônio.
  7. Não roubarás = Corrupção, falsificação, vício em jogos, exploração humana e o endeusamento do dinheiro destroem vidas.
  8. Não levantar falso testemunho = A mentira, a calúnia, perjúrio vão contra a verdade.
  9. Não desejar a mulher do próximo = Purificação do coração e do olhar. Usar o pudor.
  10.  Não cobiçar as coisas alheias = Vigiar os desejos do olhar lutando contra a inveja (tristeza pela felicidade e conquista do outro).


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

POR QUE ESTÁ TÃO DIFÍCIL SAIR DO NINHO?



Na fase adulta constatamos que nunca vamos ter plena certeza. Nada é garantido. O que temos que fazer é arriscar e estar dispostos a enfrentar o que vier. Descobrir ali na hora uma maneira de lhe dar com a situação inusitada. E o pior, só você pode fazer isso. Haverá influências dos outros, mas você, livre e consciente deve tomar a decisão. Emancipação.

Cada tempo tem suas dificuldades. A nossa é a independência. Sim, uma hora temos que deixar a casa de nossos pais e “nos virarmos sozinhos”. Só que não é tão simples. Numa época em que as coisas estão tão fáceis é mais certo se perder. Enterrando as raízes na tentativa de experimentar novos ares, o que nos tornamos? Apenas um projeto de pessoa cheia de mágoas, ressentimentos, saudosismos, arrependimento e tristeza. A frase “isso faz parte da vida” caiu por terra. Essa vida cheia de negativismos não é atraente.

Por isso os pais tem um medo danado de nos soltarmos pelo receio de que algum mal vai acontecer. São tão super protetores que acabam anulando a nossa capacidade de decidir. “Não sei fazer nada sem meus pais...”, “Pai/mãe, o que faço? Pode fazer por mim?” Problema. Isso não pode ficar assim durante toda a vida. Eles um dia irão morrer o que faremos então? A ajuda acontece para se chegar à independência. É que nem andar de bicicleta. O pai dá um empurrãozinho e você vai sozinho.

Infelizmente o mundo está muito hostil e confuso. Desconfianças, crenças, mentiras, violências, ideologias, valores, crises, tudo isso nos transformam. Para enfrentar essas tipologias é preciso receber dos pais o que somente eles podem nos dar: amor. Amor para saber que coisas difíceis irão acontecer. Amor para nos fazer maduro e decidirmos por nós mesmos. Amar e devolver esse amor a eles para que confiem em nós.  Amor para não termos medo e que uma hora as coisas vão acabar. Mas até lá viveremos com dignidade sem corromper e se deixar ser corrompido.

À  Janela

Da janela o horizonte, a liberdade de uma estrada eu posso ver
O meu pensamento voa livre em sonhos pra longe de onde estou
Eu às vezes penso até onde essa estrada pode levar alguém
Tanta gente já se arrependeu e eu, eu vou pensar, eu vou pensar

Quantas vezes eu pensei sair de casa, mas eu desisti
Pois eu sei lá fora eu não teria o que eu tenho agora aqui
Meu pai me dá conselhos, minha mãe vive falando sem saber
Que eu tenho meus problemas e que às vezes só eu posso resolver

Coisas da vida, choque de opiniões, coisas da vida

Novamente eu penso ir embora, viver a vida que eu quiser
Caminhar no mundo enfrentando qualquer coisa que vier
Penso andar sem rumo pelas ruas, pela noite sem pensar
No que vou dizer em casa, nem satisfações a dar

Penso duas vezes me convenço que aqui é o meu lugar
Lá fora às vezes chove e é quase certo que eu vou querer voltar
A noite é sempre fria, quando não se tem um teto com amor
E esse amor eu tenho mas me esqueço às vezes de lhe dar valor

Tudo tem seu tempo e uma vida inteira eu tenho pra viver
E nessa vida é necessário a gente procurar compreender
Coisas que aborrecem muitas vezes acontecem por amor
E esse amor eu tenho esquecido às vezes de lhe dar valor


Roberto e Erasmo, Roberto Carlos (1972), faixa 01

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

NOVAS COMUNIDADES: INVENÇÃO DO HOMEM OU SOPRO DO ESPÍRITO SANTO?




CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL (CNBB). Igreja particular, movimentos eclesiais e novas comunidades. 2005, 48p. Comissão episcopal pastoral para a doutrina da fé: Dom Walmor Oliveira de Azevedo(presidente); Dom Dadeus Grings; Dom Felippo Santoro; Dom Benedito Beni dos Santos e Dom Sérgio da Rocha. Disponível em: http://catedralmoc.com/wp-content/uploads/Subs%C3%ADdios-Doutrinais-da-CNBB-%E2%80%93-3-Igreja-Particular-Movimentos-Eclesiais-e-Novas-Comunidades.pdf


COMO ANDA O MUNDO ATUAL?

            Nestes tempos, a busca pelo individualismo propagada pela cultura de massa tem distanciado o homem de si mesmo e de Deus. A própria maneira de se viver a religiosidade está tendo seu centro na experiência emocional, sem nenhum vínculo com instituição religiosa. Principalmente em ambientes onde se afirma a teologia da prosperidade.

            A Igreja Católica vem perdendo fiéis. O número dos que se declaram protestante vem aumentando, assim como os católicos não praticantes e os sem religião. Agora, o problema mais sério é a crise ética. Busca-se o prazer; a insaciável sede de ter mais dinheiro; uma importância desmedida ao setor econômico. Isso cria a necessidade de se afirmar a própria identidade pautando nas relações humanas a afinidade e a livre escolha. Soma-se aí a ânsia pela novidade e afeto.

            O anúncio do evangelho está sendo desafiado pela pretensão de tudo compreender e dominar. Consequência: drama pessoal, crise de sentido e falta de esperança.

AS NOVAS COMUNIDADES

            O encontro de um sentido na vida tem impulsionado homens e mulheres a viver o catolicismo com novos métodos, nova evangelização e novos alcances. Tudo isso com a ajuda do Espírito Santo que desde Concílio Vaticano II vem se manifestando em resposta aos desafios do mundo. Um belo exemplo são as Novas Comunidades.

O QUE SÃO?

            As Novas Comunidades surgem como agregação de fiéis dirigidas por leigos ou sacerdotes, autorizadas pelo Bispo da diocese. Possuindo a espiritualidade da Renovação Carismática Católica(RCC) tem como características:

  • Experiência pessoal com Deus através da Oração;
  • Dom de línguas;
  • Cura e libertação pessoal;
  • Uso da bíblia;
  • Veneração a Maria e a alguns Santos (São Francisco de Assis e Santa Teresinha do Menino Jesus por exemplo);
  • Regras de vida;
  • Logomarca;
  • Um sinal que os identifique;
  • Independência da RCC e Paróquias.

Desenvolvem trabalho de evangelização aberta ao público: missas, adorações, catequeses, reuniões para oração e cursos.

PARTICULARIDADES

            Nas Novas Comunidades os servos se consagram. A consagração se pratica na forma de votos ou compromissos diversos. Para se chegar até aí é preciso passar por um intenso processo de formação feito em fases (como na vida religiosa). Algumas comunidades maiores têm a “comunidade de vida” onde a pessoa se dedica inteiramente a comunidade. Além disso, contam com vocacionados ao sacerdócio onde são formados na própria comunidade e atuam nela exclusivamente (com a devida autorização da diocese).

DESAFIOS

            O Espírito Santo une todos os cristãos (ICor 12, 13). É preciso que as Novas Comunidades:

  • Tenham um bom diálogo com os padres de paróquias, demais grupos, movimentos e comunidades;
  • O Concílio Vaticano II autoriza a criação das Novas Comunidades desde que estejam em comunhão com a Igreja (Papa e os Bispos) em benefício do povo de Deus.
  • Evitar o espiritualismo (Só rezar e não trabalhar) e o sentimentalismo (limitar tudo as emoções). 
    • Resistência de alguns setores da Igreja.


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