terça-feira, 15 de março de 2022

COBAIN: MONTAGE OF HECK


 Em tempos passados bandas de rock guiavam gerações. Seus membros, quase sempre o vocalista, era um modelo a ser copiado. Uma imagem do ídolo é criada em nosso imaginário. Logo o colocamos num lugar muito importante da nossa vida. Essa ligação acontece não apenas por causa de sua obra, também por aquilo que é partilhado em público. Se por acaso algo de sua vida pessoal vem à tona mostrando um lado que desconhecíamos, o interesse pela sua arte permanece, mas aquela imagem do ídolo se desfaz. Esse é o sentimento ao assistir Montage of Heck(2015), documentário que narra a vida de Kurt Cobain(1967-1994), vocalista e guitarrista do Nirvana (1987-1994).

Ainda lembro a primeira vez que ouvi o Nirvana. Em 2003, um amigo emprestou uma fita k7 do Nevermind. De cara gostei de Smells Like Teen Spirit. Sua estrutura, versos lentos antecedendo o refrão gritado; bateria forte; baixo em destaque; e riffs de guitarra acompanhadas de uma voz seca e rasgada davam força e energia pra canção. Com o tempo fui gostando das demais. A mítica Come as you are, o hino Lithium, a explosiva Territorial Pissings, a romântica Drain You, One a Plain, a intimista Something in the Way.

Ao ouvir a discografia da banda só fez aumentar o interesse em saber de sua história. Na época as informações se limitavam em revistas de pôsteres contendo algumas curiosidades, letras e traduções de algumas músicas. Até que comprei uma que abordava mais coisas. Aí veio o primeiro choque: sua carta de despedida. Até em tão sabia que ele tinha cometido suicídio, mas não sabia a idade e nem as razões. 27 anos. Sucesso. Fama. Drogas. Depressão. Problemas de saúde. Sua vida era uma bomba relógio que estava prestes a explodir.

Montage of Heck mostra a vida de Kurt a partir de entrevistas de amigos e familiares, anotações de seu diário, de desenhos, pinturas, gravações caseiras, entrevistas e cenas de shows.

Tudo estava lá e não dava pra ninguém perceber. Este documentário nos mostra o erro de divinizarmos pessoas e nos ensina, mesmo que sem querer, a olhá-las como realmente são: humanas. O que se ver é uma pessoa doente. É verdade que um acontecimento familiar marcou sua vida pra sempre; Que o uso de drogas não o ajudou a lidar com a solidão e o sentimento de rejeição; Que a fama e o sucesso eram demais para sua procedência simples e pobre. Mas não tem só isso. Há um pai brincando com sua filha e um marido amando sua esposa. 

O que fica não é apenas seu final triste. Também a paixão de Kurt pela música. E é por causa dela, da música que ele nunca será esquecido.   

De Brett Morgen. EUA, 2015, 2h12min.


domingo, 6 de março de 2022

A ODISSEIA DO HOMEM DE AÇO


 

Os erros no roteiro e as cenas exageradas de ação e destruição comprometeram Homem de Aço, 2013 e Batman versus Superman: a origem da justiça, 2016. O que faz valer apena assisti-los são as abordagens em torno do Homem de Aço.

Imagina o que as pessoas pensariam se existisse alguém assim neste mundo? Pior e se ele se voltasse contra nós?

O que vemos nos dois filmes é que um ser com grandes poderes pode despertar medo, admiração e trazer muitos perigos. Ameaças maiores podem surgir já que “Não estamos sozinhos”. E quando grandes forças entram em choque as consequências não são muito boas: Quem vai responder pela destruição gratuita de prédios e cidades? E se houver mortes quem será o responsável? Esses pesos caem nos ombros de Kal-el. Afinal, ele é o “culpado” por tudo isso.

Ao tempo que muitos o odeiam, vidas são salvas graças a ele (E só ele podia salvar!). Aí as coisas ficam a favor do Homem de Aço. O que fazer com uma ameaça que só ele é capaz de enfrentar?

Kal-el/ Clark Kent é o elo entre os kryptonianos e os terráqueos. Acabou se tornando um símbolo de esperança para os dois planetas. Por isso referências religiosas e messiânicas não faltaram. E ele amava as pessoas, tanto que não hesitou em arriscar a própria vida para salvá-las. Valores e  direcionamentos ensinados pelos seus dois pais (os certeiros Russel Crowe e Kevin Costner).

Por essas e outras razões a história do SuperHomem permanece na consciência coletiva.

Man of Steel, De Zacky Snider. Escrito por Christopher Nolan e David S. Goyer. Com Henry Cavill.EUA, 2013, 2h23min.

Batman versus Superman: The dawn of justice. De Zacky Snider. Roteiro de Chris Terrio e David S. Goyer. Com Henry Cavill. EUA, 2016, 2h31min


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