Muito fácil falar e
escrever sobre depressão. Agora, a convivência com quem tem essa doença
torna-se bem complicado. Somente um profissional pode dar o diagnóstico, porém
precisamos ficar "ligados". Não se trata de uma ameaça, mas de uma
presença que pode afetar aqueles que amamos.
Depressão, doença social bastante difusa vem
se ampliando e parece que o avanço tecnológico e o bem estar social dão lhe
mais impulso. A tristeza de uma felicidade não alcançada mostra-se como principal
causa.
Antes disso, acontece alguns
"gatilhos":
·
Perda
de alguém pela morte;
·
Perda
do emprego;
·
Términos
de relacionamentos ou casamentos;
·
Afetos
não recebidos pelo pai ou mãe;
·
Amores
não correspondidos;
·
Fracassos
profissionais;
·
Falta
de sentido na vida;
·
Não
aceitação da realidade.
Em casos mais graves pode levar ao
suicídio. Pessoas veem nesse ato uma forma de expiação ou desejo de alcançar
uma vida nova, mais perfeita e serena. O insucesso nos estudos, falta de afeto
dos pais, amor não correspondido e dificuldade de inserir-se na vida adulta são
fatores que levam os jovens ao suicídio. Os idosos são atingidos pela sensação
de inutilidade, doenças que duram a vida toda e visão negativa do mundo.
Para lutar contra a depressão precisa:
·
Mudar
o modo de comportar-se em confronto consigo mesmo e com o mundo que o cerca.
·
Saúde
mental: regular horas de sono, alimentação adequada, diminuição de
estimulantes, usar o humor.
·
Conhecimento
de si e controle emocional.
·
Impor
limites.
·
Mudar
de vida (trabalho, amores).
·
Ser
bem acolhido.
·
Persistir.
·
Uso
de remédios.
Mas não basta só isso. Precisa-se de
uma consistência espiritual, pois outra causa da depressão vem quando a fé em
Deus não serve de apoio e esperança. Em casos graves de depressão, alguns
atribuem a ação demoníaca.
Crendo no Deus do evangelho (e não o
da nossa cabeça!) e praticando a solidariedade somos capazes de encontrar o
sentido da vida no sofrimento. Nunca vai ser fácil. Podemos nos entregar:
"Se alguém chega
ao ponto de não mais suportar a própria vida, se já não está em condições de
dispor de maneira realmente livre de si mesmo e em tal estado chega ao ponto de
pôr fim à própria vida, a essas pessoas cabe às mãos do Deus da misericórdia acolhê-las". Karl Rahner
(CANOVA, 1999, p. 24)
Ou podemos lutar:
"Esta vida
mortal, não obstante as suas tribulações, os seus méritos obscuros, os seus
sofrimentos e sua fatal transitoriedade, é uma realidade belíssima, um prodígio
sempre novo e comovente, um acontecimento digno de ser cantado em júbilo e
glória". Papa Paulo VI (CANOVA,
1999, p. 78)
"Todos os homens
e mulheres que conseguiram superar a enfermidade, estão testemunhando que
existe um caminho de salvação e que há a possibilidade de percorrê-lo". William Stryron. (CANOVA, 1999, p. 10).
Fonte:
CANOVA, Francesco. Estressados
ou deprimidos? 2 ed. Tradução de Clemente Raphael Mahl. São Paulo:
Paulinas, 1999. (Coleção: Psicologia e você). 80p.