domingo, 26 de dezembro de 2021

OS OUTROS (THE OTHERS)

 


        Enquanto espera o retorno do marido da Segunda Grande Guerra (1939-1945), Grace Stewart vive isolada num casarão com seus dois filhos, Anne e Nicholas. Após a chegada de três empregados, estranhos acontecimentos surgem na casa: passos são ouvidos, portas aparecem abertas, cortinas desaparecem, choros são ouvidos. A pequena Anne afirma que tem pessoas na casa. Grace não acredita. À medida que as coisas vão piorando, os empregados demonstram esconder algo.

Há quem ache que para se viver a vida só basta saber aquilo que lhe foi ensinado. Acha que não há necessidade em saber coisas novas, de fazer novas perguntas, de ouvir os outros. Acha que aquilo que tem na cabeça é o suficiente.

Quem vive assim não quer aceitar o que está diante de seus olhos. Não se permite ir além do que já sabe e não quer mudar a maneira de olhar as coisas. Não quer encarar o desconhecido. Entende as dúvidas como sinal de fraqueza. Tem dificuldades em aceitar o que não sabe e não tem humildade alguma de pedir ajuda. Este é o pensamento de Grace Stewart.

O filme fala do sobrenatural e expõe a ignorância perante a essa realidade complexa e existente. Cada personagem possui uma característica bem definida criando uma identidade e  autenticidade ao filme. Destaque para Anne, a filha mais velha de Grace. Toda a narrativa centra nela. A atuação de Nicole Kidman é digna de elogios. Sua vestimenta, corte de cabelo e postura representa bem a imagem de uma pessoa dura e incrédula.

O fato da maioria das cenas serem filmadas em ambientes escuros (a única feita pela manhã não conta com os raios solares) passa a ideia que a qualquer momento algo pode acontecer. O final do filme é surpreendente.

De Alejandro Amenábar. Com: Nicole Kidman, Alakina Mann e Fionnula Flanagan. EUA, 2001, 1h44min.


                                                                       Atualizado em 24/09/2023

domingo, 5 de dezembro de 2021

AMNÉSIA (MEMENTO)

 


Somos o que lembramos

Em Amnésia (Memento, 2000) acompanhamos a busca de Leonard pela pessoa que matou sua esposa e lhe deixou numa condição onde não consegue guardar novas lembranças. Sua investigação é baseada em fotografias, anotações e informações tatuadas pelo corpo. O filme se desenrola em dois momentos, um em preto e branco, mostrando os fatos de maneira linear e outra colorida expondo-os de trás pra frente. O roteiro não deixa claro quem foi o assassino, pois ao surgir uma resposta, outras perguntas aparecem.

Nossas memórias ajudam a definir o que somos, pensamos e sentimos. Não tê-las ou esquecê-las interfere em nossa capacidade de decidir, pois sem as memórias além das dúvidas nos sentimos perdidos no mundo que nos rodeia.

As lembranças existem. Sejam as boas e as más. Elas nos afetam. Queríamos ter a capacidade de apagar umas para sempre e só lembrar de outras. Só que se fosse assim, mais manipulados e manipuladores seríamos.

O filme requer muita atenção. Sem isso ele fica muito confuso. Importante assisti-lo várias vezes.

De Christopher Nolan. Com: Guy Pearce, Joe Patoliano e Carrie-Ane Moss. EUA, 2000, 1h53min.


                                                                                         Atualizado em 23/07/2023

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