domingo, 14 de agosto de 2022

FAZER ALGO DE BOM PELOS OUTROS NOS TORNA PESSOAS MELHORES?

Depende. Se for pra fazer esperando alguma retribuição, para “aparecer” ou para alimentar a vaidade, então...

Nas cenas finais de Blade Runner 2049 de Denis Villeneuve, o personagem K(Ryan Gosling) ao perceber que não ia ter o que sempre queria e que tudo que acreditava não passava de uma mentira decidiu fazer o que achava certo: fazer um pai reencontrar a filha que não via desde seu nascimento. Nem que tivesse que pagar com a vida.

Meio sem querer, K nos mostra não apenas que não se pode ter o que se quer, mas que se não formos contra nossas vontades, o mal cresce e ganha força. É preciso perceber que existe algo além de nossos desejos e necessidades e que tem alguém que sofre mais do que nós. Temos uma parcela de responsabilidade pelo mundo ser o que é hoje.

“Morrer pela causa certa é algo mais humano que podemos fazer” é dito no filme. Qual o preço? Talvez a própria vida. O que receber? Talvez nada. O que ganhar? Idem.

Há pessoas que vale a pena se arriscar por elas. E não precisa ter um grande motivo. Deckard(Harrison Ford), o pai da história, ao ser salvo pergunta a K:

“O que sou pra você?”

K não responde. E nem precisa. Talvez Deckard fez a pergunta porque essa atitude “de dar sem receber” é muito estranha. E é mesmo, mas são essas que fazem acender uma chama de esperança. 

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