Depende. Se for pra fazer esperando alguma retribuição, para “aparecer” ou para alimentar a vaidade, então...
Nas cenas finais de Blade Runner 2049 de Denis Villeneuve, o personagem K(Ryan Gosling)
ao perceber que não ia ter o que sempre queria e que tudo que acreditava não
passava de uma mentira decidiu fazer o que achava certo: fazer um pai reencontrar
a filha que não via desde seu nascimento. Nem que tivesse que pagar com a
vida.
Meio sem querer, K nos mostra não apenas
que não se pode ter o que se quer, mas que se não formos contra nossas vontades,
o mal cresce e ganha força. É preciso perceber que existe algo além de nossos
desejos e necessidades e que tem alguém que sofre mais do que nós. Temos uma
parcela de responsabilidade pelo mundo ser o que é hoje.
“Morrer pela causa certa é algo mais
humano que podemos fazer” é dito no filme. Qual o preço? Talvez a própria vida.
O que receber? Talvez nada. O que ganhar? Idem.
Há pessoas que vale a pena se arriscar por
elas. E não precisa ter um grande motivo. Deckard(Harrison Ford), o pai da história, ao ser salvo
pergunta a K:
“O que sou pra você?”
K não responde. E nem precisa. Talvez Deckard
fez a pergunta porque essa atitude “de dar sem receber” é muito estranha. E é
mesmo, mas são essas que fazem acender uma chama de esperança.
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