sexta-feira, 14 de outubro de 2016

AGNUS DEI



             Inspirada numa história real, em dezembro de 1945, Mathilde Beaulieu (Lou de Laage), uma enfermeira francesa ajuda a um grupo de freiras polonesas grávidas, vítima de estupro por soldados soviéticos. As sete irmãs que sofreram o abuso tem reações diversas. Algumas aceitam a maternidade, já outras rejeitam, tendo medo de irem ao inferno por quebrarem o voto de castidade. No início, Mathilde receia, mas com o tempo elas e as irmãs criam um vínculo afetivo forte.

            O filme aborda a Fé no Deus invisível e silencioso em meio a uma tragédia. Desenvolvemos o pensamento que Deus não permitiria que fossemos acometidos por grandes sofrimentos na vida. Contudo, Deus e vida são  mistérios difíceis de explicar. O que sabemos é que eles surpreendem. Para bom ou ruim.

            Diante de dilemas acabamos por tomar decisões. Decisões que acabam nos consumindo por dentro. “Dará certo ou errado?”. Decisões desagradáveis aos olhos dos outros. As experiências de vida acabam nos ajudando a encarar situações futuras. Nos dão forças para “segurar a onda” e manter o equilíbrio. Às vezes o pensamento no Bem maior e nas Recompensas Eternas causam cegueira nos impedindo de pensar racionalmente. Por medo da vergonha e humilhação acabamos tomando atitudes reprováveis.

             A dor une e fortalece. Uma enfermeira se sensibiliza a dor alheia ao tempo que reaviva a Fé àquelas irmãs que estavam em momento de crise.

            Dores acontecem para sermos curados. A desobediência a Deus traz consequências nefastas a todos. Mas, Ele em sua infinita misericórdia envia samaritanos, estrangeiros para nos lembrar de que na vida é preciso transgredir e reconstruir o que foi destruído.



De Anne Fontaine, Com Agata Buzek, Agata Kulesza e Vincent Macaigne, FRA/POL, 2015, 1h55min.

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