Escrito em 1942,
Christopher Dawson aponta uma crise espiritual. As duas Grandes Guerras, os
Regimes Totalitários, Hitler e o Comunismo Ateu Soviético foram criaturas de um
mal: a Secularização da Europa.
A Cultura da Europa
Ocidental (Alemanha, França, Itália, Reino Unido e etc.) foi formada pelo
Cristianismo. A religião orientava a pessoa para Deus e ao mundo. A partir
dela, o indivíduo entendia o que era na sociedade. Sem ela o homem perdia seu
valor e senso de identidade tornando-se apenas uma máquina.
A cultura
secularizada europeia fez as pessoas acreditarem que um triunfo econômico e
político resolveriam todos os problemas da humanidade. Inclusive ela seria mais
livre se não se submetesse a um Deus.
Entretanto, não foi
isso que aconteceu. Em vez do progresso, o que se viu foi a degradação e
destruição do ser humano; A ciência sendo utilizada para dominar e escravizar
muitos com o intuito de enriquecer e aumentar o poder de poucos; Técnicas
psicológicas utilizadas para condicionar a personalidade e controlar a mente
tirando a liberdade da pessoa e transformando-a numa marionete.
Dawson faz uma
leitura apocalíptica dos sinais dos tempos e uma interpretação teológica dos
acontecimentos históricos em relação aos desígnios de Deus. A perda da unidade
cristã fez a humanidade decair. Os símbolos cristãos foram alterados e o que
era certo e errado foi transformado. O indivíduo passa a achar que tudo pode e
tudo é permitido. Busca apenas algo que traga prazer ao corpo sem notar que
suas pulsões o escraviza, o prende e o engana. Não reflete, não analisa e nem
critica o que entra em sua cabeça: De
onde veio isso? O que é isso? Eu preciso disso? O que isso vai me resultar?
Mas o autor aponta
caminhos de esperança:
A
vida é feita de escolhas conscientes. O crescimento é feito de dor.
A fé
na possibilidade da ação divina no mundo é o fundamento do pensamento cristão.
Para cada nova necessidade há uma resposta da graça divina, e que cada crise
histórica é alcançada por uma nova efusão do Espírito[...] A tarefa de cada
cristão individual é preparar os caminhos para tal ação divina, abrir as
janelas da mente e remover os véus da ignorância e do egoísmo que mantém a
humanidade adormecida[...] Os Evangelhos provam que o poder do Espírito pode
romper quaisquer obstáculos.(DAWSON, 2018, p. 176-177).
A fé cristã declarou
que nós somos capazes de adquirir uma natureza espiritual e alcançar uma
finalidade divina. O cristianismo pretende a restauração e a renovação da
natureza humana em Cristo, ou seja, a criação de uma nova humanidade.
Por
mais tenebrosa que seja a realidade, sabemos que a decisão última é de Deus.
Não é da sua vontade deixar a humanidade à mercê dos próprios impulsos
destrutivos ou à escravidão das potências do mal. PALAVRAS DO AUTOR.
DAWSON, Christopher
(1889-1970). O julgamento das nações.
Tradução de Marcia Paiva Xavier de Brito. São Paulo: É Realizações, 2018.
Coleção Abertura Cultural. 272p.
Nenhum comentário:
Postar um comentário