Para Aristóteles ser
livre é viver independente das necessidades da vida e de suas obrigações,
admitir a beleza da criação e investigar aquilo que não passa.
É possível isso?
O comportamento da sociedade vem
mudando. A busca pelas respostas do mistério da vida e do transcendente deu
lugar a busca por si mesmo. O importante é ter dinheiro e ser dono do próprio
nariz. Mas essa maneira de se viver não afasta as crises que cada indivíduo
enfrenta a todo momento.
Olha só isso...
Há uma pressão em ser e não ser ao
mesmo tempo. Se alguns vivem crendo que todo esforço em favor da vida leva a
morte tem outros que vivem como se ela não existisse...
Veja essa...
O número de pessoas cansadas e
esgotadas excessivamente é um dos sintomas de uma sociedade que absolutiza o
trabalho, o desempenho e a produção.
“O tempo de
celebração desapareceu totalmente em prol do tempo do trabalho[...] O descanso
serve apenas para nos recuperar do trabalho para continuar funcionando” (HAN,
2017, p. 113).
Tem essa aqui também...
Não se fica imune de ser acometido
pelas doenças neuronais: Depressão; Transtorno de Déficit de Atenção com
Síndrome de Hiperatividade (TDAH); Transtorno de Personalidade Limítrofe (TPL)
ou Boderline e a Síndrome do esgotamento profissional ou Burnout (SB).
Uns se exploram até o esgotamento. Outros
têm a atenção dividida com inúmeras atividades a realizar tirando a capacidade
de concentração e contemplação das coisas (já que a cabeça nunca para).
E essa outra...
“Hoje em dia, as coisas só começam a
ter valor quando são vistas, expostas e chamam a atenção”. (HAN, 2017, p. 125).
Por fim...
“Tudo que é divino ficou obsoleto[...]
O mundo perdeu sua alma e fala. Perdeu toda relação com Deus, com o sagrado,
com o mistério, com o infinito, com o supremo, com o elevado. Perdemos toda
capacidade de admiração[...] Já é tempo de transformar nossa vida numa morada
que valha mesmo a pena viver” (HAN, 2017, p. 128).
HAN, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Tradução de Enio Paulo Giachini. 2 ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2017. 136p.
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