LUFT, Lya. Pensar
é transgredir. 17 ed. Rio de Janeiro, Record: 2015. 185p.
Difícil
falar de um livro onde constam todas as palavras mesmo antes de pensar nelas! Os
variados textos de fato nos levam a pensar. Parece que a autora fala conosco. E
num rápido momento paramos. Silenciamos. Escutamos. Saímos um pouco dos nossos mesmos
pensamentos e damos de encontro com outros. Com situações que talvez nunca vivamos. Ou viveremos,
quem sabe?
Separei
algumas citações de realidades que ainda nos inquietam e nos pedem sim, muita
reflexão. Sendo bem ousado em resumir este livro o que há de comum na maioria dos
textos é o quanto o excesso de informação atrapalha: a decidir, a ser, a se
comunicar e inclusive a pensar.
O que preciso para viver a vida?
“Não é preciso
realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem
mesmo ser brilhante, importante, admirado [...] Para viver de verdade é preciso
ser amado, amar e amar-se.” (LUFT, 2015, p.23).
Relacionamento perfeito?
“O perfeito não
existe, mas tem a ver com querer se ligar a alguém e querer continuar ligado. Cada
dia, ao acordar, fazer de novo a escolha: eu quero mesmo é você comigo”.
“Que o relacionamento
não seja prisão, mas que seja vida, crescimento, libertação, ajuda mútua, não
fiscalização e condenação”.
“O entendimento
recíproco é um oásis no isolamento desta nossa vida pressionada por tempo,
dinheiro, regras, trabalhos, grupo social, realidades do mundo”. (LUFT, 2015,
p.33, 35, 39).
Limites...
“As questões humanas
são complexas [...] Na maior parte das vezes temos de nos contentar com o que
podemos realizar ou pensar.” (LUFT, 2015, p. 81).
Velhice...
“Para a maioria, ela
traz a marca da incapacidade, do feio, da deterioração [...] A possibilidade de
ter qualidade de vida, projetos, ternura [...] é real, desde que levando em
conta as limitações de cada período”.
“Quando não puder
mais realizar e nem fazer nada na vida ainda se pode exercer afetos, ler bons
livros, observar a humanidade que nos cerca”. (LUFT, 2015, p. 93)
Comprar...
“Comprar não é um
dever quando não se trata do indispensável ou de que faz bem. Comprar pode ser
e tem sido em grande parte moda, mania, quase neurose.” (LUFT, 2015, p. 81)
Prioridades...
“Bem que a gente
poderia fazer uma reforma de nossas prioridades. Cada um que examine o baú de
suas prioridades e faça a arrumação que quiser ou puder. Que seja para aliviar
a vida, o coração, o pensamento. Não para inventar de acumular mais compromissos”
(LUFT, 2015, p. 116)
E quando os relacionamentos acabam?
“Relacionamentos mudam
ou se desgastam[...] e a família[...] abre as portas e janelas para novas
maneiras de se relacionar mesmo depois que o casamento termina. Tudo o que se
viveu de bom ou ruim liga para sempre, se foi intenso e prolongado. Nem divórcios,
nem a morte apagam a presença do outro que [...] há de continuar lançando sua
sombra boa ou negativa”.
“Será preciso de
tempo, descoberta e cultivo de outros interesses, abertura a novos afetos para
que essa ferida feche. [...] Por outro lado, nada cresce bem no terreno de um
relacionamento ruim, vivendo de silêncios ressentidos, críticas pronunciadas ou
abafadas. Isolamento e indiferença pode ser uma condenação”. (LUFT, 2015, p.47)
Somos superficiais?
“Além de aflitos e
desorientados pelo excesso de informações inúteis somos muito superficiais. Falta-nos
o hábito de observar e refletir. Assustados com responsabilidades, escolhas e
decisão, despreparados como adolescentes, nos desviamos do espelho que faz
olhar para dentro de nós. Cada vez mais amadurecemos tarde e mal. Somos crianças
tendo crianças”. (LUFT, 2015, p.172)
Crises...
“Crise é bom para
fazer pensar ou repensar muita coisa.” (LUFT, 2015, p. 173)
Discernir e escolher...
Discernir e escolher
fica difícil, porque o excesso de informação nos atordoa, a troca de mitos nos
esvazia, a variedade de solicitações nos exaure. Para ter algum controle nessa
vida é necessário descobrir quem somos ou queremos ser à revelia dos modelos
generalizantes. (LUFT, 2015, p.178)
Pensar...
Pensar tem sido algo
chato e muitas vezes torturante.
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