quinta-feira, 22 de agosto de 2019

BLADE RUNNER 2049


No primeiro Blade Runner (1982) vemos os andróides sendo humanos mais do que os humanos. O filme é lembrado muito pelo clássico monólogo de Ray Batty (Rutger Hauer) que salva inesperadamente a vida do policial Rick Deckard (Harrison Ford).

“Eu vi coisas que as pessoas nunca acreditariam. Naves de ataque ardendo em chamas nas fronteiras de Orion. Eu vi raios-c cintilando na escuridão junto ao portal de Tannhäuser. Todos esses momentos vão se perder no tempo como lágrimas na chuva”

Na continuação, Blade Runner 2049, após a descoberta de um parto impossível, o agente K (Ryan Gosling) sai em busca de respostas que o faz chegar até Deckard (Harrison Ford), o Blade Runner do filme anterior. Em seu encalço está Luv (Sylvia Hoeks), perigosa replicante disposta a fazer de tudo (inclusive matar) para realizar as vontades de seu dono, Niander Wallace (Jared Leto).

O filme retoma os mesmos assuntos tratados no filme anterior de uma maneira bem mais profunda: a substituição daquilo que é natural e real por aquilo que é artificial; o desejo humano de controle; o querer criar alguém para ser seu escravo; a brevidade da vida. Ao darem inteligência aos androides, o que eles querem é ironicamente coisas tipicamente humanas: sentido de viver, maneiras de diminuir a solidão e a tristeza. E mais, são capazes de fazer coisas muito difíceis como o sacrifício (tema final do filme).

“Todos nós estamos procurando por uma coisa real”

Nas entrelinhas, percebe-se que os avanços tecnológicos e as mudanças drásticas na sociedade não suprem as necessidades mais profundas da vida humana. Em meio a um processo de desumanização que estamos passando (em parte pelo uso excessivo das telas) ir além dos desejos e necessidades pessoais é realizar algo... humano.

“Morrer pela causa certa é algo mais humano que podemos fazer”.

Na maioria do tempo, a história é lenta e arrastada, preocupada em juntar pedaços e responder perguntas. A ação mesmo vai começar quando Harrison Ford aparece lá no final do filme.

De Denis Villeneuve. Com: Ana de Armas. EUA, 2017, 2h43min.


Atualizado em 02/07/2025

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