Na adolescência a música sintetiza
nossos sentimentos, desejos e aspirações. Não é qualquer música. Ela precisa
vir carregada de significados respondendo ao momento que estamos passando. Era a
oportunidade de viajarmos para outra realidade distante do mundo real. É por
isso que ao saber que a pessoa responsável por isso “se vai” fica uma dor no
coração.
O rock sempre foi expressão de liberdade
e rebeldia. Tinha a capacidade de nos deixar unidos a nós mesmos. Dava para
refletir sobre o mundo já que as bandas de rock sempre representavam o contexto
social/cultural/político da época. Hoje, dificilmente as músicas da “curtição” conseguem
propor isso (ou estou enganado?). Nossos olhares sempre iam para aqueles que
cantavam nossa vida. Eram as vozes deles que ouvíamos quando estávamos sozinhos.
Elvis Presley, John Lennon, Kurt Cobain, Scott Weiland, Raul Seixas, Renato
Russo, Chorão... em 2017 foi a vez de Chris Cornell (Soundgarden e Audioslave)
e Chester Bennington (Linkin Park).
Vendo para suas vidas agora fica mais
nítido a escuridão interior que viviam. Parece que tudo que faziam pré
anunciava o que viria. Abusos sexuais, morte de alguém querido, separações dos
pais eram um escape para o uso abusivo de drogas. A luta interior era forte. Eles
até que tentaram, mas foram vencidos. Resta apenas lembrar do pedaço de
felicidade que eles nos deram e ainda continuam dando.
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