domingo, 5 de novembro de 2017

OS ÚLTIMOS PASSOS DE UM HOMEM



Você perdoaria alguém que tirasse a vida de seu filho(a)?

Desejaria que essa pessoa morresse?

Ficaria aliviado(a)?

...

Provavelmente, não.

          Um homem mata um rapaz e estupra sua namorada (ela foi morta por um segundo). Suas tentativas de receber a prisão perpétua não dão certo e acaba sendo condenado à pena de morte através da injeção letal. Pede direcionamento espiritual a uma freira até o dia da execução. A missão da irmã Helen Prejean é fazê-lo reconhecer que cometeu o crime e se arrepender. Sua atitude de “estar ao lado” do assassino a coloca contra os pais das vítimas e daqueles que são a favor da execução. Como ela vai fazer isso e os efeitos dessa decisão é narrado em Os Últimos Passos de um Homem (Dead Man Walking no original).

         Dirigido por Tim Robbins vemos no filme o ódio devastando os corações após uma perda brutal, a mudança que o outro pode provocar e a força libertadora do arrependimento.

          Diante da morte iminente, Matthew Poncelet (Sean Pean) tem duas escolhas: ou sair dessa vida com ódio ou tirá-lo do coração. Em seus últimos passos realiza o que nunca fez na vida: “Nunca amei ninguém de verdade[...] Eu precisava morrer para encontrar o amor.” A relação de amizade com a irmã Helen Prejean (Sussan Sarandon) contribuiu muito fazendo-o perceber o quanto os valores corretos podem desfazer ensinamentos errados e preconceituosos.

          É de se parar para refletir a importância de uma espiritualidade movida pela fé nas horas de grande dor. “Há espaços de aflição que só Deus pode tocar” fala Helen. O pai do rapaz assassinado busca na oração a fé que precisa para continuar a vida.

      A pena de morte existe em alguns lugares. Sua aceitação em outros levanta questionamentos, afinal leis penais existem, mas se você tiver dinheiro e um bom advogado... (no filme, um dos assassinos recebe a prisão perpétua, e não a pena de morte, porque tinha dinheiro). Não dar para tirar a dignidade daqueles que se arrependem do crime que cometeram. Por mais difícil que seja!

          “Matar não é o certo. Não importa quem o faça.” finaliza Matthew às lágrimas. A injeção letal mata a pessoa lentamente com três doses. A primeira é uma anestesia; a segunda implode o pulmão e a última o coração. Assistir a morte de alguém não é nada agradável. Não há alívio e nem paz.

EUA, 1995, 2h02min. Baseado do livro homônimo da Freira Helen Prejean. Susan Sarandon ganhou o oscar de melhor atriz pelo desempenho no filme.





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