Na busca de bem-estar
procuramos distrações (o que assistir? Para onde ir? O que fazer?) e obter
assim, realizações. Tudo tem que ser bom e agradável. Ao dormir esperamos estar
contentes e ansiosos pelo amanhã. Não é bem isso que vem acontecendo. Pior, em
vez de obter gosto, temos inquietações e sensações de estar perdendo tempo.
O mundo vem dando tantas ocupações que não sabemos mais o
que queremos. São tantas opções e facilidades que não sabemos mais o que
escolher. Adiamos e evitamos ao máximo tomar decisões definitivas. Esperamos por
algo certo, seguro e confortável. Resultado? Dúvidas e medo de arriscar.
A situação
é bem delicada. Se os filhos de boa condição desperdiçam o bom preparo
educacional, a boa saúde e o dinheiro dos pais com trivialidades, de outro
lado, os de baixo poder aquisitivo vivem a mercê dos péssimos serviços públicos
e só se dão bem na vida, ou por sorte ou quando alguém rico o ajuda. Fora que
sobrevivem de subempregos e de trabalhos escravizantes.
Vendo bem a fundo a diferença está no dinheiro, pois a
agonia do rico e do pobre é a mesma: a falta de finalidade na vida. Fazemos o
que fazemos por imposição de uma mentalidade. Qual seria? A de que o dinheiro é
tudo o que precisamos. Talentos são enterrados porque o indivíduo faz porque é
o jeito e o que existe não é compatível com suas capacidades. Relacionamentos começam
e terminam porque os casais não sabem o que é se relacionar. Planos e projetos pessoais
são destruídos pelas surpresas da vida. Resultados? Temos um amontoado de
pessoas desanimadas, depressivas, desequilibradas, desestimuladas e doentes.
Então, se a realidade é esta; nossa vida não é como
queremos e não podemos mudar as coisas tão facilmente só resta fugir. Fugir como
forma de obter felicidade e graça nas coisas. Só que os inúmeros filmes,
seriados, shows, passeios, games e viagens não resolvem se não buscamos por uma
finalidade. Para quê faço o que faço? Se revoltar e dá uma de doido não vai
resolver. O que precisamos é buscar o essencial, a verdade e o eterno na vida. Não
resolve, mas ameniza a angústia.
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