O filme foca na degradação moral de
Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis) em meio ao seu enriquecimento no ramo de
petróleo e sua relação conflituosa com o pastor evangélico Eli Sunday (Paul
Dano).
A relação do dinheiro com a religião
sempre foi difícil. Ambos são instrumentos de poder e controle e ditam o ritmo
da vida. Quem não quer uma vida boa e segura aqui na terra? Quem não quer
garantir um bom lugar lá no Céu? Apesar de terem uma finalidade boa (o próprio
sustento e a ligação com o transcendente), o coração movido pela ambição
transforma esses dois meios em instrumentos de alienação e destruição.
Daniel quer enriquecer. Que ser o
melhor. Quer vencer todos os seus concorrentes. Não confia em ninguém. Aliás,
ele não gosta de ninguém, nem dele mesmo! Ele despreza as pessoas. Ele quer ter
o suficiente para estar longe delas. À medida que ele busca ser o melhor, mais
ele “desce” em sua ética/moral, se tornando uma pessoa desprezível, sem
compaixão e suja (literalmente). Não existe amor nele. Só poder e cobiça.
O pastor Eli não é tão diferente de
Daniel. Apesar de ser “um homem de Deus”, ele é dissimulado e ambicioso. Ele quer
fiéis para sua igreja. Por isso vai no emocional delas através de pregações
focadas em “revelações” e na ação do demônio. Eli não quer que as pessoas
tenham uma experiência com o Deus vivo (Jesus Cristo), muito menos ensina sobre
o Evangelho, ele quer mesmo é enriquecer e se promover.
Sangue Negro traz uma mensagem negativa
e pessimista do ser humano. Talvez não vai agradar a muitos devido a sua longa
duração, ritmo lento e pelo seu final. Ainda sim é um filme com boas atuações e
serve de aprendizado para a vida.
De: Paul
Thomas Anderson. Com: Daniel
Day-Lewis e Paul Dano. Baseado no livro Oil!
de Upton Sinclair. EUA, 2007, 2h38min.
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