I. MARIA, MÃE DE DEUS (theotókos)
Como pode uma mulher
receber o título de mãe de Deus?
A prova está nas
Sagradas Escrituras. Basta conferir em: Mc 6,3; Mt 1, 18; Lc 1, 26-38; 43.
Maria é mãe do filho de Deus encarnado.
Definido como dogma
no Concílio de Éfeso. Comemorado em 01
de janeiro.
II. VIRGINDADE
Como pode uma mulher
gerar um filho sem a presença de espermatozoide? Como permanece virgem depois
do parto?
O dogma não veio de
uma descrição literal de um acontecimento. Nos primeiros séculos foi crescendo
a convicção que Maria era abençoada por Deus. Ela dedicou sua vida para se
consagrar a Deus e ser a mãe da comunidade cristã. Por isso renunciou sua vida
conjugal com José. Então o sentido da Virgindade de Maria fala:
·
A
concepção virginal quer dizer que a encarnação de Jesus é uma nova criação de
Deus, um presente divino a humanidade;
·
Deus
escolhe meios pobres para realizar a Salvação;
·
Consagração
total, de corpo e alma, a Deus;
·
Ser
humano diante de Deus é um terreno cheio de possibilidades onde tudo pode
acontecer.
Jesus teve outros irmãos
(Mc 6, 1-6)?
Não. Para os judeus
chama-se irmão um parente próximo(Gn 11,31; 13,8; Ex2,11 ). Tiago menor e Joset
eram filhos de outra Maria(Mc 15, 40).
Definido como dogma
no Concílio de Latrão (649).
III. IMACULADA CONCEIÇÃO
Apresenta
dificuldades pela falta de legitimidade (sem base bíblica, não responde a
questões centrais da fé cristã, não foi proclamado em concílio ecumênico). O
dogma foi formulado pela razão humana através dos argumentos de conveniência:
“Deus podia fazer algo especial em Maria. Convinha a Deus que fizesse. Logo,
fez!”
Fácil de ser aceito
pelos católicos, pois já se compreendia que Maria é uma pessoa santa iluminada
por Deus. Isso vinha lá dos tempos da colonização através de estátuas.
Não há termo bíblico
que afirme claramente a Imaculada Conceição. Em Gn1, 15 não é um texto mariano,
mas um anúncio esperançoso para a humanidade. Lc 1,38, o anjo diz que Maria é
cheia de Graça e não Imaculada. Há um horizonte de compreensão com base em
algumas passagens: Ef 1,4; Jr 1,5; Is 49, 1; Rm 5, 20.
Criou-se o
paralelismo entre Eva (a virgem que leva a humanidade para o mal) e Maria (a
virgem que abre o caminho para o bem). Nasce a devoção mariana. Escolas de
pensamento (dominicanos e franciscanos) defendem que Maria recebeu uma Graça
especial e foi purificada do pecado original durante a gestação ou na concepção.
Em 1852, o papa Pio
IX encarrega uma comissão de teólogos para definir critérios para uma definição
dogmática. Em 8 de dezembro de 1854
é proclamado o dogma da Imaculada Conceição com a bula Inefabilis Deus.
IV ASSUNÇÃO
A bíblia não conta
detalhes a respeito dos últimos dias de vida de Maria. Não há fontes confiáveis
do ponto de vista histórico. Os relatos da vidente Catarina Emmerich que
descrevem detalhes do dia-a-dia de Maria na casa de éfeso contêm muitas
informações improváveis e fantasiosas. No final do século IV se encontram
referências a festa da “Dormição de Maria”.
Entre o final do
século IV e VII, a partir de uma religiosidade mágica e sem apoio da bíblia
escrevem-se apócrifos sobre o trânsito de Maria ao céu :
·
Maria
recebe o anúncio de sua morte;
·
Milagrosamente,
todos os apóstolos se reúnem em torno de seu leito;
·
Maria
morre;
·
Depois
do sepultamento, Jesus ressuscita Maria, que é levada ao paraíso.
O dogma foi proclamado
em 1950 pelo papa Pio XII. A bula papal Munificentissimus
Deus não entra em detalhes se Maria morreu ou não. Afirma que ela está
unida a seu filho compartilhando seu destino e que foi assunta em corpo e alma
à glória celestial. Comemorado no dia 15
de agosto.
Fonte:
MURAD, Afonso. Maria, toda de Deus e tão humana:
compêndio de mariologia. São Paulo: Paulinas; Santuário, 2012. 260p. (coleção
peregrina na Fé).
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