O Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza; porque não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis. Rm8, 26
O dom de línguas, também chamado de glossolalia(do grego “glóssa”= falar e “laló”=língua), é uma oração difícil de se explicar. Não é pronunciar palavras estrangeiras ou sem ordem. Não é ficar fora de si, Pois a pessoa sabe exatamente o que está fazendo e pode começar e parar quando quiser.
Trata-se de uma oração feita em língua desconhecida, em que a pessoa pronuncia sílabas, palavras, frases cujo significado ela não conhece. Permite que a boca fale dos sentimentos que o próprio Espírito Santo despertou em seu coração. (MENDES, 2007, p. 20).
A oração em línguas sempre existiu e após o II Concílio Vaticano está muito forte e atuante em Movimentos e Associações da Igreja Católica como a Renovação Carismática e as Novas Comunidades. É um dom misterioso, pois não é uma linguagem da inteligência, mas da alma, do coração, do espírito.
Aquele que fala em línguas não fala aos homens, senão a Deus; ninguém o entende, pois fala coisas misteriosas, sob a ação do Espírito. I Cor 14, 2.
A pessoa começa cantando, com músicas e palavras que ela mesma conhece. Pode cantar, inclusive, em meio aos seus afazeres, no meio de seus trabalhos do dia-a-dia. De repente, o coração se enche de tal alegria e de tamanho amor, que a pessoa não se prende mais às sílabas daquelas palavras que estava cantando, abandona as sílabas e deixa brotar outras novas, outros sons. Aquelas palavras novas ganham asas e começam a voar, surgem livremente do coração. (MENDES, 2007, p. 72).
O mesmo se dá com a oração que não é cantada. A pessoa começa a louvar a Deus com suas palavras e com sua inteligência até que o coração, não encontrando mais nenhuma palavra à altura daquele louvor, se abandona ao som das sílabas, conduzindo pelo amor que o Espírito Santo colocou em sua alma. (MENDES, 2007, p. 73).
Parte de nós uma vontade sincera e humilde de se entregar a Deus e receber e usar os dons que Ele nos dar. Para entendê-los é importante nos aprofundar na Igreja: A meditação das Sagradas Escrituras; o uso dos sacramentos; a leitura do Catecismo; a leitura da vida dos Santos, o conhecimento da Tradição e etc.
Algumas distinções.
Orar em línguas é uma coisa e falar em línguas é outra.
Orar em língua é falar com Deus pessoalmente. Todos podem fazer isso quando estão reunidos. Já o falar em línguas é uma profecia. Uma ou duas pessoas no máximo dirigem uma mensagem para assembleia. Quando se trata da tal, é preciso que uma outra pessoa interprete ou “traduza” a mensagem. A assembleia ou a pessoa a qual a mensagem de destinou precisa “confirmar” se o que foi dito partiu de Deus ou não. Como? A própria pessoa sente que é de Deus e acredita. Posteriormente ela deve testemunhar às pessoas o que Deus fez na vida dela.
Após um momento intenso de oração, em geral, depois de um bom tempo de oração em línguas, faz-se um profundo silêncio, cheio de adoração e expectativa para escutar o Senhor. Todos estão em silêncio... de repente, uma única pessoa em todo grupo começa a falar em línguas. Todos escutam. Quando ela termina, todos devem permanecer em silêncio até que uma outra pessoa comece a falar aquela mesma mensagem na línguas que todos entendem, no nosso caso, a língua portuguesa. (MENDES, 2007, p. 113-114).
MENDES, Márcio. A oração em línguas. 23ª edição. São Paulo: Canção Nova Editora,
2007. (Coleção Dons do Espírito). 116p.
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