sábado, 9 de novembro de 2024

NO QUÊ CREMOS?


 

Ninguém consegue viver sem acreditar em algo. Se acredita em Deus ou em pedras ou em energias ou em espíritos ou em coisas ou em si mesmo. Quem diz que não acredita em nada na verdade já está acreditando em alguma coisa! Não tem como ficar em cima do muro. Ou se acredita ou não. 

Se acredita não para defender que sua religião é a melhor, forçando os outros a participarem dela. A crença confere uma identidade à pessoa.

Portanto ela precisa ser não só dita, mas vivida. Se digo que pratico alguma religião, preciso saber sua história, sua fundação, sua doutrina, preciso conhecê-la para poder praticá-la e falar dela aos outros quando for necessário. Quem não sabe no que se está acreditando fica perdido, confuso, vacilante, instável.

A crença pode ser objeto de salvação quando perdemos tudo, até o sentido de viver a vida, nos dando um novo impulso, um ar novo de viver.

A religião nunca deve ser usada como meio de se promover ou como forma de fuga da realidade. É bom praticá-la com serenidade e bom senso sem esquecer dos compromissos e responsabilidades. Sem esquecer que o que importa é a maneira de como se trata as pessoas. Dar uma de esquisito, estranho, hipócrita não convém.

Embora tenhamos muitas opções de crenças não tem como abraçar todas. Ou é uma ou é outra. Assim como somos um: temos uma vida, um coração, uma alma, e um corpo, não tem como estar em dois lugares ao mesmo tempo. Não tem como obedecer vários senhores. É preciso estar firme e perseverante. Por isso é importantíssimo avaliar: minha religião ou aquilo que acredito está me fazendo bem? Está me dando uma qualidade de vida? Está me fazendo uma pessoa melhor? Está melhorando minha relação com as pessoas?


quinta-feira, 31 de outubro de 2024

QUAL O SENTIDO DA VIDA SEXUAL NO PLANO DE DEUS?

 A Fé Católica não oferece métodos ou exercícios para a vida sexual e sim conceitos claros da nossa moral.

A Igreja ensina que o único lugar adequado e lícito para a vida sexual é o casamento, como expressão do amor conjugal e da geração dos filhos. Fora do casamento a vivência sexual é um desastre. O sexo existe para dar ao casal humano unidade e alegria.

O que deve mover o casal é a busca da santidade. Não é apenas saber o que deve ou não fazer na vida matrimonial. O amor conjugal deve expressar o amor divino. Para ele acontecer é preciso que o casal lute contra aquilo que impede a manifestação desse amor: o pecado.

O pecado não é apenas a ruptura entre Deus e a humanidade, mas também entre o homem e a mulher. O amor entre ambos se vê ameaçado pelas infidelidades, ciúmes, brigas, desejos de dominação e pelos prazeres do mundo.

A nossa sociedade promove o sexo acintoso, sem responsabilidade e compromisso, faz dele uma mercadoria de consumo. A internet é o campo disso, pois é traiçoeira e pode viciar.

Outro motivo que deve mover o casal é o desejo profundo de construir a vida juntos. É uma decisão séria, portanto é importante não queimar algumas etapas antes do casamento. A castidade ajuda a defender o amor dos perigos do egoísmo e da agressividade além de permitir a cada um se conhecer melhor.

Existe uma finalidade profunda no sexo além do prazer. Pois ele manifesta  quem somos e mostra nosso caráter. Toda a pessoa deve participar desse ato, não podendo ser apenas um ato biológico e mecânico. Cada cônjuge não pode buscar apenas o prazer e fazer do outro um “instrumento de gozo”. Por isso a satisfação sexual do homem e da mulher depende de reações emocionais, afetivas, físicas e espirituais.  O prazer no ato sexual é uma consequência da intimidade entre o casal, exprime o que está no fundo da alma de cada um.

É preciso saber que o prazer sexual nunca poderá ser o mais importante no casamento. Só em Deus satisfaremos plenamente as nossas tendências naturais. A busca exagerada do prazer no casamento deixa o casal numa ansiedade negativa e numa angústia inconsciente, tornando-os psicologicamente abertos a tentar consegui-lo de maneira anormal ou imoral.

Fonte:

AQUINO, Prof. Felipe. Vida sexual no casamento. 16ªed. Lorena-SP: Cléofas, 2018. 144p

terça-feira, 10 de setembro de 2024

NÃO TE DEIXES VENCER PELO MAL


Acreditar em realidades invisíveis, não palpáveis e em que não se pode provar é um desafio pra nossa inteligência (que sempre quer entender tudo).

Na busca por respostas às perguntas difíceis (como a atuação do mal no mundo) encontramos uma explicação a partir da Fé Cristã. É através dela que descobrimos que o verdadeiro responsável pelos males que afligem a humanidade é um espírito, Satanás.

Nas Sagradas Escrituras, ele descrito como o adversário de Jesus. Não possui corpo, mas é dotado de inteligência e vontade. Seu objetivo? Levar a humanidade à perdição. Sua principal arma é a mentira. Uma mentira que confunde. Que faz o ser humano ficar preso e escravo às seus desejos; a fazer o errado achando que é o certo; a praticar o mal contra o próximo.

Satanás age em nosso ponto fraco e injeta em nosso coração:

Ø O desejo de ganhar dinheiro, de se tornar grande e poderoso não para ajudar as pessoas, mas para dominá-las;

Ø A busca por prazeres proibidos;

Ø Desânimo. No desânimo achamos que o pecado é o melhor remédio contra a tristeza.

Ø Medo do futuro. Fazendo com que recorramos a magia e feitiçaria.

Ø Angústia.

Ø Desconfiança da Misericórdia e amor de Deus.

Não é tão fácil saber aquilo que vem ou não do maligno. Existe o lado humano: os desejos profundos, a imaginação, o inconsciente, as doenças psiquiátricas. Agora, aquilo que é espiritual só pode ser tratado através de realidades espirituais. Se existe um espírito do mal é porque existe um espírito do bem.

Jesus Cristo deixou o Espírito Santo e também sua Igreja para lutarmos. Lutarmos para não cairmos nas armadilhas do demônio e termos força para recusar suas propostas.

                                   “Vigiai e orai para não cair em tentação”

A Oração e os Sacramentos nos ajudam a:

Ø  Guardarmos os sentidos;

Ø  Não olhar e escutar de tudo;

Ø  Estarmos atentos a nós mesmos e ao que nos rodeia; 

ØTermos força interior para ficarmos longe e evitar as tentações. 

Num mundo onde o mal e o errado é mais atrativo, é preciso de muita coragem em decidir seguir o caminho certo, ir além dos próprios desejos e vontades.

Convertei-vos e credes no evangelho disse Jesus. E o que é convertei-vos?

“Quer dizer: pare de prestar atenção só ao que é terreno, aos bens materiais, à carreira, às roupas, à comida, às coisas da terra, como se vivêssemos só aqui, e depois acabou. É preciso olhar para o alto, para o fim da vida e nos perguntar: para onde iremos quando morrermos?” (AMORTH, 2018, p. 26).

 AMORTH, Padre Gabriele. NÃO TE DEIXES VENCER PELO MAL: as últimas palavras de um grande exorcista. Tradução de José Eduardo Câmara. Campinas-SP, Ecclesiae: 2018, 148p.


domingo, 4 de agosto de 2024

E SE ELA NÃO VIER?


 

Há perguntas que só o silêncio do coração pode responder. Essa é uma delas.

Acho que a finalidade de ter alguém serve como possibilidade de construir algo juntos (como uma família) e compartilhar os momentos bons e ruins. É ouvir um chamado de algo para além de nós mesmos que nos ajude a encarar os encargos da vida.

O mundo de hoje não fala de sentido ou finalidade das coisas. Não sabemos o que é uma pessoa e nem quem somos! A gente erra e aprende sozinhos.

Em se tratando de relacionamentos amorosos é complexo de falar, mas o que vale é a sinceridade.

Não vale a pena gostar de alguém que não gosta de você, que não sente nada por você, que não queira nada ou tenha vergonha de você. Não ficar porque os outros querem. Não adianta ficar com a pessoa por um tempo, usando-a, mesmo sabendo que lá no fundo você acha que aquilo ali não vai dar em nada. Às vezes só é o corpo e nada além. Às vezes é só fuga de algo. Importantíssimo gostar da pessoa e não do que ela tem ou proporciona.

Há um medo. Um desespero de ficar sozinho pra sempre. Infelizmente isso pode nos levar a caminhos errados e nos trazer arrependimentos.

É interessante ser você mesmo e agir de modo natural. Sem forçar, sem criar um personagem ou um tipo pra agradar.

Se decepcionar não é bom, mas ajuda a olhar com mais atenção em alguns aspectos da vida. Olhar para o passado e reconhecer que se fosse do nosso jeito, algumas coisas não dariam certo. Aceitar que houve mais aprendizado do que derrota.

É preciso de força e coragem para ir além. Se acho que não vou ter o que quero é a chance de saber que não é o fim. A vida não acaba.

Existe a Fé, existe Deus.

Existe algo a se fazer.

Existe algo pelo que se lute.

Existem as pessoas.

Importante querer e buscar algo na vida.

É possível ser feliz mesmo com pouco e não conquistando muita coisa.

A vida sempre será imprevisível e difícil.

Cabe a cada um procurar saber como vivê-la.

domingo, 14 de julho de 2024

O QUE APRENDI DA LEITURA DE MAIS UM LIVRO COMPRADO POR IMPULSO?

 Pouca coisa (acho). O livro tem uma linguagem técnica, direcionado para profissionais específicos. Achei interessante comprá-lo após ver um psicoterapeuta comentando sobre ele.

A autora explana que nossa busca por afeto, posses, prestígio e poder pode ser motivada por uma necessidade de ser alguém ou pra resolver algo que está fora do lugar dentro de nós. Quando isso não é realizado criamos um personagem para passar aos outros a imagem de uma pessoa forte, independente e bem resolvida em vista de se obter respeito, admiração e não se sentir insignificante. 

Só que isso pode também não acontecer.

Todos nós nos sentimos desamparados perante um perigo real ou imaginário.  E é muito difícil lidar com fracassos, decepções, desilusões, vergonhas e revoltas. A gente tenta sem sucesso escondê-los, mas eles acabam se manifestando de uma maneira que nem percebemos.

Agora, o que a autora deixa claro é que algumas coisas mal resolvidas dentro de nós faz brotar comportamentos e pensamentos inadequados perante a realidade.

Quais?

Ø  Esperar do outro algo que ele não pode oferecer.

Ø  Esconder o que sente, acha, pensa.

Ø  Achar que é independente, livre e que pode fazer as coisas de acordo com o próprio desejo.

Ø  Achar que as pessoas nos devem algo e por não darem isso, elas mereçam pagar. 

É daí pra pior.

Se não recebo do outro o que quero e não conquisto nada na vida me sinto um derrotado e deixado para trás. Passo a ter raiva de tudo e tratar as pessoas com hostilidade. Agora elas são meu adversário, preciso vencê-las e ser melhor do que elas em tudo. “Quem tem que ceder não sou eu e sim elas”. “É melhor ficar distante porque não preciso de ninguém.”

Mais uma vez de maneira clara, a autora expõe que com esse pensamento no final vamos terminar com as mãos vazias.

Não se pode ser amado pelas pessoas e ao mesmo tempo pisar nelas. É compreensivo buscar segurança, proteção e afeto para não se sentir tão isolado. Mas não pode ser buscado de qualquer maneira ou como forma de compensar algo que deveria ser resolvido de outro jeito.

É importante também buscar descobrir quem somos, o porquê de ter ganhado esta vida, evitar aquilo que causa fraqueza. Aceitar orientação, conselho e ajuda porque sozinhos não chegaremos a lugar nenhum.

HORNEY, Karen. A personalidade neurótica do nosso tempo. Tradução de Jonathas Ramos de Castro. Campinas-SP: Editora Auster, 2023. 220p. The Neurotic Personality of our time.

domingo, 9 de junho de 2024

AS SANDÁLIAS DO PESCADOR (THE SHOES OF THE FISHERMAN)


 

“Não posso mudar o mundo.

Não posso mudar o que a história já escreveu.

Eu posso apenas mudar a mim mesmo.

E começar a escrever um novo capítulo, cheio de incertezas.”


O filme As Sandálias do Pescador fala dos riscos que acarreta uma decisão. O pano de fundo da história é a Igreja Católica enfrentando o desafio da escolha de um novo Papa. Durante o conclave, após tentativas frustradas de votação, o cardeal russo Kiril Lakota é proclamado Papa por ter mantido a fé durante os anos em que estava na prisão. Kiril, logo entende o peso da responsabilidade de seu cargo. Para que sua voz alcance os milhões de pessoas ao redor do mundo ele precisará enfrentar as dificuldades e resistências para fazer o que acredita ser o certo. E ter consciência que haverá um preço a ser pago.

Ele entende isso na conversa emblemática com o cardeal Leone:

- Leone como um homem sabe que suas ações são para ele ou para Deus?

- Nunca se sabe. Temos um dever a cumprir. Mas não temos o direito de esperar aprovação nem mesmo um bom resultado.

- Então, no final meu amigo, estamos só?

- Sim. Os que vieram antes do senhor passaram por momento de solidão. Devo dizer que não há remédio pra isso. E quanto mais viver mais solitário será. O senhor pode até usar um homem ou outro para o trabalho na Igreja. Mas quando o trabalho estiver feito ou o homem não for adequado, irá dispensá-lo e buscará outro. O senhor quer amor e poderá tê-lo por algum tempo, mas irá perdê-lo. Goste ou não, está condenado a uma vida solitária desde o dia de sua eleição até sua morte. É um calvário Vossa Santidade. E o Senhor apenas começou a subi-lo.

De: Michael Anderson. Com: Anthony Quim, Vittorio De Sica e Leo Mckern. Baseado do romance homônimo de Morris L. West. Eua, 1968, 2h 41 min.


sábado, 4 de maio de 2024

THE BEATLES: A HISTÓRIA POR TRÁS DE TODAS AS CANÇÕES


 

Das bandas que escutava na adolescência, os Beatles é a única que continuo ouvindo.

Há muitas razões para isso.

1. As músicas eram (são) boas. Quando deixaram de fazer apresentações ao público em 1966, os membros da banda passaram a ter mais tempo para se dedicar como artistas. Eles queriam se aperfeiçoar como músicos, explorar novas possibilidades. O processo de compor, tocar e gravar as músicas mudou. Usavam instrumentos diversos e as letras falavam de temas variados. Em vez de falar apenas de amor, elas passaram a mostrar seus verdadeiros sentimentos e como estavam enxergando o mundo.

Uma guarda de trânsito, uma cachorra, um orfanato, uma rua, notícias de jornal, propagandas de televisão, sonhos, desenhos de criança, um submarino, coisas místicas, tudo era fonte de inspiração.  Isso se refletia nas melodias, nos arranjos e na harmonia vocal.

2. O que explica o sucesso da banda? Eles eram bons músicos, mas já existiam melhores do que eles. Talvez os trabalhos do produtor George Martin e do empresário Brian Epstein ajudaram a dar uma cara ao quarteto diferenciando-os das outras bandas.

3. Alguns feitos até hoje são insuperáveis. É a banda que mais alcançou o top das paradas de sucesso. A que mais vendeu discos. A que bateu o recorde de lançamentos de discos em curto tempo (lançou dois por ano com músicas inéditas entre 1963 e 1965). E a que depois de 50 anos de seu término ainda hoje é lembrada por muitos.

4. Ouvir os Beatles é sentir saudade. De pessoas, de um momento, de um lugar, de um cheiro, é sentir algo bom.

Vale apena ouvir a discografia da banda. Especialmente Help, Rubber Soul, Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band, White Album, Abbey Road e Let it Be.

TUNNER, Steve. The Beatles: a história por trás de todas as canções. Tradução de Alyne Azuma. São Paulo: Cosacnaify, 2009. 384p.


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