sábado, 3 de dezembro de 2016

CONVERSÃO E A INSISTÊNCIA NA ORAÇÃO



          “A confissão de minhas faltas passadas –  que perdoaste e esqueceste para me fazer feliz[...] – leva a quem lê e ouve, a não se entregar ao desespero dizendo: não posso! Que esta confissão desperte nele o amor pela tua misericórdia e pela doçura de tua Graça, que fortalece os fracos e lhes permite tomar consciência da própria fraqueza.”

Livro X, 1-4; pg. 271.

A CONVERSÃO

            Santo Agostinho foi uma figura icônica para os cristãos. Tentou buscar a felicidade através do status social, de jogos, do teatro e num relacionamento com uma mulher sem fins de procriação. Contudo, esse estilo de vida lhe traziam inquietações e preocupações. Agostinho buscava a verdade. Se enganou com o maniqueísmo, seita gnóstico-cristã que ensinava que o mundo se resumia a dois princípios, Deus e a matéria. Os maniqueístas deformavam o dogma da Trindade, pois para eles Deus era Pai, que enviou o Espírito e o Filho como criaturas para libertar o homem do mal. Felizmente, as palavras sábias e verdadeiras de Santo Ambrósio o fizeram abandonar a seita.

Em suas confissões louva a Misericórdia do Senhor através de passagens da Bíblia ao tempo que se arrepende da vida que levava.

“Eis a condição da alma fraca que ainda não aderiu solidamente a verdade. Vai e volta, avança e retrocede, conforme sopra o vento das palavras de quem exprime uma opinião. Ofusca-se a luz, e não mais se enxerga a verdade. E ei-la que está diante de nós.”

Livro IV, 21-23; pg. 107.

“Da vontade pervertida nasce a paixão; servindo à paixão, adquire-se o hábito e, não resistindo ao hábito, cria-se a necessidade. Com essa espécie de anéis entrelaçados[...] mantinha-me ligado à dura escravidão.”

Livro VIII, 9-12; pg. 214-215.

            Agostinho oscilava. Uma hora queria buscar a verdade em Deus, outra hora tinha medo de deixar a vida de prazer que levava. Hesitava, na fraqueza achava que não suportaria o Evangelho. Contudo, as lágrimas e orações de Santa Mônica derem resultado. Com 30 anos conhece Ambrósio, abandona o maniqueísmo e o relacionamento de concubinato que tinha com uma mulher.
           
            A conversão vem ao ler Romanos 13,13: “Comportemo-nos honestamente, como em pleno dia: nada de orgias, nada de bebedeiras; nada de desonestidades, nem dissoluções; nada de ciúmes”.

A ORAÇÃO

            Santa Mônica exemplificava a esperança na oração. Figura forte, dedicou sozinha o tempo que tinha rezando a Deus a conversão do filho. (Agostinho perde o pai aos 17 anos).


            “Meu filho, nada mais me atrai nesta vida; não sei o que ainda estou fazendo aqui. Já se acabou toda esperança terrena. Por um só motivo eu desejava prolongar à vida nesta terra: Ver-te católico antes de eu morrer. Deus me satisfez amplamente, porque te vejo desprezar a felicidade terrena para servi-lo.”
                                                                          
                                                                                                            Livro IX, 24-17; pg. 257.

Fonte:

AGOSTINHO, Santo, Bispo de Hipona(354-430). Confissões. Tradução de Maria Luiza Jardim Amarante. São Paulo: Paulus, 2002. (clássicos de bolso).

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