“A confissão de minhas
faltas passadas – que perdoaste e
esqueceste para me fazer feliz[...] – leva a quem lê e ouve, a não se entregar ao
desespero dizendo: não posso! Que esta confissão desperte nele o amor pela tua
misericórdia e pela doçura de tua Graça, que fortalece os fracos e lhes permite
tomar consciência da própria fraqueza.”
Livro
X, 1-4; pg. 271.
A
CONVERSÃO
Santo Agostinho foi uma figura icônica para os cristãos.
Tentou buscar a felicidade através do status social, de jogos, do teatro e num
relacionamento com uma mulher sem fins de procriação. Contudo, esse estilo de
vida lhe traziam inquietações e preocupações. Agostinho buscava a verdade. Se
enganou com o maniqueísmo, seita gnóstico-cristã que ensinava que o mundo se
resumia a dois princípios, Deus e a matéria. Os maniqueístas deformavam o dogma
da Trindade, pois para eles Deus era Pai, que enviou o Espírito e o Filho como
criaturas para libertar o homem do mal. Felizmente, as palavras sábias e
verdadeiras de Santo Ambrósio o fizeram abandonar a seita.
Em
suas confissões louva a Misericórdia do Senhor através de passagens da Bíblia
ao tempo que se arrepende da vida que levava.
“Eis
a condição da alma fraca que ainda não aderiu solidamente a verdade. Vai e
volta, avança e retrocede, conforme sopra o vento das palavras de quem exprime
uma opinião. Ofusca-se a luz, e não mais se enxerga a verdade. E ei-la que está
diante de nós.”
Livro
IV, 21-23; pg. 107.
“Da
vontade pervertida nasce a paixão; servindo à paixão, adquire-se o hábito e,
não resistindo ao hábito, cria-se a necessidade. Com essa espécie de anéis
entrelaçados[...] mantinha-me ligado à dura escravidão.”
Livro
VIII, 9-12; pg. 214-215.
Agostinho oscilava. Uma hora queria buscar a verdade em
Deus, outra hora tinha medo de deixar a vida de prazer que levava. Hesitava, na
fraqueza achava que não suportaria o Evangelho. Contudo, as lágrimas e orações
de Santa Mônica derem resultado. Com 30 anos conhece Ambrósio, abandona o
maniqueísmo e o relacionamento de concubinato que tinha com uma mulher.
A conversão vem ao ler Romanos 13,13: “Comportemo-nos
honestamente, como em pleno dia: nada de orgias, nada de bebedeiras; nada de
desonestidades, nem dissoluções; nada de ciúmes”.
A ORAÇÃO
Santa Mônica exemplificava a esperança na oração. Figura forte,
dedicou sozinha o tempo que tinha rezando a Deus a conversão do filho. (Agostinho
perde o pai aos 17 anos).
“Meu filho, nada mais me atrai nesta vida; não sei o que
ainda estou fazendo aqui. Já se acabou toda esperança terrena. Por um só motivo
eu desejava prolongar à vida nesta terra: Ver-te católico antes de eu morrer.
Deus me satisfez amplamente, porque te vejo desprezar a felicidade terrena para
servi-lo.”
Livro IX, 24-17; pg. 257.
Fonte:
AGOSTINHO, Santo, Bispo de Hipona(354-430). Confissões. Tradução de Maria Luiza Jardim Amarante. São Paulo:
Paulus, 2002. (clássicos de bolso).
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