Ao
ver sua esposa e filho doentes, Motome Chijiiwa entra em desespero.
Desempregado vende suas espadas e sai pelas ruas para pedir dinheiro. Ele apela
por piedade a um clã de samurais fingindo que faria o Harakiri, um ritual de
suicídio. Contudo, mesmo sabendo de sua situação, os samurais ignoram e o
humilham forçando a fazer o ritual com uma espada de bambu. Tsugumo Hanshiro
fica indignado com a morte de seu genro e após a morte de sua filha e neto se
dirige ao mesmo clã de samurais em busca de vingança.
A
palavra samurai significa “aquele que serve”. Os Samurais eram uma classe de
guerreiros japoneses muito comum no Japão Feudal (séc. XII ao séc. XIX). Eles
geralmente serviam a um Senhor latifundiário e suas funções iam da cobranças
impostos à manter a ordem nas zonas rurais e urbanas. Com o tempo se tornaram
uma classe militarizada e eram usados em batalha e guerras. Seu código de
conduta baseado no budismo, confucionismo e xintoísmo pregavam valores como
coragem, compaixão, benevolência, obediência e retidão. E é em cima desses
valores que o filme tece suas críticas.
A
vida humana está acima de tudo. Acima de dinheiro, códigos ou honras. Enquanto
o resguardo da vida não é visto como prioridade, ou seja, não está no centro, qualquer
valor se torna vazio, qualquer objeto material perde seu preço. Códigos são
esquecidos em nome de um coração orgulhoso. Ignorar ajuda a um ser humano em
estado miserável podendo ajudá-lo é maldade. Mais ainda é assisti-lo se
humilhando.
O
filme não tem muitas cenas de luta. Na verdade elas só vão aparecer lá no
final. O que o roteiro faz é despertar nosso interesse em saber da vida de
Tsugumo e de suas reais intenções que o levaram até a casa dos samurais. As
reviravoltas e os diálogos são o ponto forte do filme. Recomendo se você quiser
assistir algo diferente.
De: Masaki Kobayashi. Com: Tatsuya Nakadai, Tetsuro Tamba e
Akira Ishihama. JAP, 1962, P&B,
2h13min.