domingo, 11 de maio de 2025

HARAKIRI (1962)


 

Ao ver sua esposa e filho doentes, Motome Chijiiwa entra em desespero. Desempregado vende suas espadas e sai pelas ruas para pedir dinheiro. Ele apela por piedade a um clã de samurais fingindo que faria o Harakiri, um ritual de suicídio. Contudo, mesmo sabendo de sua situação, os samurais ignoram e o humilham forçando a fazer o ritual com uma espada de bambu. Tsugumo Hanshiro fica indignado com a morte de seu genro e após a morte de sua filha e neto se dirige ao mesmo clã de samurais em busca de vingança. 

A palavra samurai significa “aquele que serve”. Os Samurais eram uma classe de guerreiros japoneses muito comum no Japão Feudal (séc. XII ao séc. XIX). Eles geralmente serviam a um Senhor latifundiário e suas funções iam da cobranças impostos à manter a ordem nas zonas rurais e urbanas. Com o tempo se tornaram uma classe militarizada e eram usados em batalha e guerras. Seu código de conduta baseado no budismo, confucionismo e xintoísmo pregavam valores como coragem, compaixão, benevolência, obediência e retidão. E é em cima desses valores que o filme tece suas críticas. 

A vida humana está acima de tudo. Acima de dinheiro, códigos ou honras. Enquanto o resguardo da vida não é visto como prioridade, ou seja, não está no centro, qualquer valor se torna vazio, qualquer objeto material perde seu preço. Códigos são esquecidos em nome de um coração orgulhoso. Ignorar ajuda a um ser humano em estado miserável podendo ajudá-lo é maldade. Mais ainda é assisti-lo se humilhando. 

O filme não tem muitas cenas de luta. Na verdade elas só vão aparecer lá no final. O que o roteiro faz é despertar nosso interesse em saber da vida de Tsugumo e de suas reais intenções que o levaram até a casa dos samurais. As reviravoltas e os diálogos são o ponto forte do filme. Recomendo se você quiser assistir algo diferente.

De: Masaki Kobayashi. Com: Tatsuya Nakadai, Tetsuro Tamba e Akira Ishihama. JAP, 1962, P&B, 2h13min.


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