“Deus
é eterno e imutável.”
No
filme A Palavra (Ordet no original) acompanhamos o abalo
que sofre uma família de zona rural ao perder um ente querido e sua possível
ressurreição por um homem que afirma ser Jesus Cristo!
O
filme nos provoca com uma pergunta: os milagres que Jesus fez, ainda podem
acontecer hoje em dia ou são apenas histórias que ficaram na Bíblia?
Respondê-la nos faz compreender o entendimento que temos sobre Deus e sua ação.
Ao assistir o filme percebemos a maneira que cada personagem age
e pensa
a partir de sua interpretação do que seja Deus. Um fica duro no coração, outro
não acredita totalmente Nele, outra acredita, já um “enlouquece”.
É
custoso acreditar Nele por conta da morte, da dor, do sofrimento, da injustiça
e da maldade que assola o mundo. Só que quando acontece um milagre, algo que o
racional não pode provar, nossa atenção se dirige para Ele. Diante de tantas indagações
que temos sobre Ele, talvez a mais pertinente (a que é enfatizada no filme) é
esta: Ele não dar o que queremos por que não pedimos? E se não pedimos é porque
não acreditamos?
Aprendemos a partir da pregação que Deus só
nos dar aquilo que é necessário e que seja importante para nossa Salvação. Pois
bem, sabemos daquilo que realmente precisamos? O que quero, quero mesmo ou é
uma imposição inconsciente influenciada pela sociedade? Até quando devo
insistir e qual o momento que tenho que aceitar? Difícil de responder. Mas se
começarmos a ouvir nosso coração e compartilhar nossa vida com as pessoas
teremos algumas pistas. Não tentar isso é cair num sofrimento sem fim em tentar
entender as coisas apenas a partir de convicções subjetivas e sem ajuda de
ninguém.
Na
parte final da película, no velório apenas uma criança acredita na ressurreição
de sua mãe. Uma oração bem simples e humilde é proferida. O milagre acontece. A
cena é muito bem feita. Todos os presentes ficam emocionados e começam a
bendizer a Deus.
A
Palavra não é um filme fácil de assistir. É dinamarquês. Preto e branco. É
antigo, 1955. E é narrado de modo lento e arrastado. Se você quiser assisti-lo será
preciso de muita paciência.
De: Carl Theodor Dreyer.
Dinamarca, P&B, 1955, 2h04min.