sexta-feira, 14 de março de 2025

A PALAVRA (ORDET)


 

“Deus é eterno e imutável.”

 

No filme A Palavra (Ordet no original) acompanhamos o abalo que sofre uma família de zona rural ao perder um ente querido e sua possível ressurreição por um homem que afirma ser Jesus Cristo!

O filme nos provoca com uma pergunta: os milagres que Jesus fez, ainda podem acontecer hoje em dia ou são apenas histórias que ficaram na Bíblia? Respondê-la nos faz compreender o entendimento que temos sobre Deus e sua ação. Ao assistir o filme percebemos a maneira que cada personagem age e pensa a partir de sua interpretação do que seja Deus. Um fica duro no coração, outro não acredita totalmente Nele, outra acredita, já um “enlouquece”.

É custoso acreditar Nele por conta da morte, da dor, do sofrimento, da injustiça e da maldade que assola o mundo. Só que quando acontece um milagre, algo que o racional não pode provar, nossa atenção se dirige para Ele. Diante de tantas indagações que temos sobre Ele, talvez a mais pertinente (a que é enfatizada no filme) é esta: Ele não dar o que queremos por que não pedimos? E se não pedimos é porque não acreditamos?

Aprendemos a partir da pregação que Deus só nos dar aquilo que é necessário e que seja importante para nossa Salvação. Pois bem, sabemos daquilo que realmente precisamos? O que quero, quero mesmo ou é uma imposição inconsciente influenciada pela sociedade? Até quando devo insistir e qual o momento que tenho que aceitar? Difícil de responder. Mas se começarmos a ouvir nosso coração e compartilhar nossa vida com as pessoas teremos algumas pistas. Não tentar isso é cair num sofrimento sem fim em tentar entender as coisas apenas a partir de convicções subjetivas e sem ajuda de ninguém.

Na parte final da película, no velório apenas uma criança acredita na ressurreição de sua mãe. Uma oração bem simples e humilde é proferida. O milagre acontece. A cena é muito bem feita. Todos os presentes ficam emocionados e começam a bendizer a Deus.

A Palavra não é um filme fácil de assistir. É dinamarquês. Preto e branco. É antigo, 1955. E é narrado de modo lento e arrastado. Se você quiser assisti-lo será preciso de muita paciência.

De: Carl Theodor Dreyer. Dinamarca, P&B, 1955, 2h04min.

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