Fazer
o que se deseja não é suficiente para ser livre e nem sequer feliz. Todos
querem viver uma vida plena e essa plenitude começa a ser vivida quando cada um
percebe a existência de um limite. Existe o certo e o errado, aquilo que
liberta e o que aprisiona. Existe o bem e o mal.
Há
um forte convite a se viver a vida como se Deus não existisse e a compreender
que tudo gira em torno do próprio querer. Quem faz isso não escapa do
sofrimento. Aliás, faz é aumentá-lo, pois acaba escolhendo aquilo que é errado.
No final, a alma e o coração ficam aprisionados pelo mal devido a péssima
relação com Deus, as pessoas e as coisas.
A
possibilidade de se enganar é muito grande. O sucesso, o poder e o dinheiro, por exemplo,
podem dar segurança e possibilidade de se fazer muita coisa na vida. Mas o
preço que eles pedem é muito alto. Exigem sacrifícios; são passageiros;
prometem uma felicidade que nunca chega, e faz a pessoa renegar as coisas mais
queridas.
“o
dinheiro rouba a vida e o prazer leva a solidão”.
Vive-se
num mundo onde se aprende muita coisa errada. Agir da maneira errada, falar a
palavra errada, pensar somente em si, buscar apenas o bem estar, a própria
satisfação, desprezar e desrespeitar os próprios pais, tomar o corpo humano
como mero instrumento de prazer. Esses são o caminho para se tornar uma pessoa
egoísta e controladora.
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A partir de Deus a relação com os outros, as coisas e as pessoas mudam radicalmente. Os Mandamentos que Ele deu são meios de libertação do mal. Para se chegar a Ele é necessário reconhecer a própria fraqueza. É um engano achar que se pode corrigir e purificar o coração contando apenas com o esforço da própria vontade. Deus é verdadeiramente forte e o único capaz de renovar o coração do ser humano.
Isso
acontece na prática quando se recebe os dons do Espírito Santo. A percepção da
vida muda: A verdadeira paz não consiste em mudar a própria
história, mas em aceitá-la e valorizá-la tal como é. Toda riqueza deve
ter uma dimensão social que deve levar a uma generosidade em que todos se
beneficiam, pois o que realmente possuo é aquilo que sei doar. A
vida não é tempo apenas para possuir ou se divertir e sim
contemplar e louvar Aquele que nos deu a vida e criou todas as coisas.
“Só
em Deus repousa minha alma”.
A
verdade está no modo de viver e morrer de Jesus, por isso
imitá-lo permite uma mudança no modo de existir e viver. A nova vida não é
um esforço pessoal para ser consistente para seguir uma norma, mas é o Espírito
Santo que coloca no coração o desejo de se fazer o bem.
Fonte:
Catequeses do Papa Francisco sobre os
Dez Mandamentos: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2018-11/papa-francisco-catequeses-decalogo.html