A vida é uma sucessão de provações, tentações e desafios. No meio disso tudo está o nosso coração. Precisamos vigiá-lo, pois é nele que o mal é concebido.
O coração fica refém dos prazeres vazios e egoístas, da ânsia de sempre querer possuir mais e mais e do apego exagerado ao dinheiro. Fica endurecido, cheio de pessimismos e rancores. Quer o mal do outro e ao mesmo tempo quer ser como ele. É abatido por um tipo de tristeza que faz sumir o sabor das coisas que antes davam alegria. Essa tristeza tira o interesse pela vida e faz aumentar o desejo de querer estar “fora” dela, não se importando com ninguém.
É necessário estar alerta, pois não somos fortes. A inteligência nem sempre é lúcida, a vontade nem sempre é firme, os desejos nem sempre são governados, a coragem nem sempre vence o medo. E por mais que eu seja inteligente, justo, forte e equilibrado, um dia vou cair.
É necessário lutar não apenas com “os meios humanos”. No cristianismo aprendemos que diante de cada pensamento e desejo que chegam ao coração e a mente, deve-se questionar: De onde veio? De Deus ou do Adversário? Nunca se dialoga com o tentador. Ele é mais esperto que nós. Devemos fugir dele!
O Espírito Santo concedido no Batismo nos dá as Virtudes Teologais. A Fé que nos coloca no caminho de encontro ao desconhecido e invisível permitindo um vínculo com Deus através de uma força que abre a mente para seus mistérios. A Esperança de se acreditar na Ressurreição de Jesus Cristo, mesmo sabendo que tudo vai acabar, mesmo sabendo que as coisas podem dar errado. E por uma Caridade que nos permite amar a Deus e aos outros, nos movendo a amar o que ninguém amaria.
Jesus
está ao nosso lado para nos ajudar, para nos proteger, até para nos levantar
depois do pecado. É ele que nos dar a capacidade de enxergar no escuro, de amar
quando não se é amado e de ter esperança quando não há motivos.
Se abrirmos o coração ao Espírito Santo,
Ele reavive em nós as Virtudes Teologais. Se perdemos a confiança, se estamos
desanimados, se estamos desencorajados, se nosso coração está duro, Deus
reabre-nos a Fé, desperta a Esperança e suaviza nosso coração com a Caridade.
A base dessas virtudes está na humildade. Reconhecer-se pequeno e
necessitado. É preciso pedir sabedoria a Deus para que Ele proteja nosso
coração e nos conceda a coragem de permanecer e acolher sua presença no “aqui e agora” não importando a situação.
Fonte:
Ciclo de Catequeses do Papa Francisco
sobre “Os Vícios e as Virtudes”: https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2024-05/papa-francisco-ciclo-catequeses-vicios-virtudes.html