Pouca coisa (acho). O livro tem uma linguagem técnica, direcionado para profissionais específicos. Achei interessante comprá-lo após ver um psicoterapeuta comentando sobre ele.
A autora explana que nossa busca por afeto, posses, prestígio e poder pode ser motivada por uma necessidade de ser alguém ou pra resolver algo que está fora do lugar dentro de nós. Quando isso não é realizado criamos um personagem para passar aos outros a imagem de uma pessoa forte, independente e bem resolvida em vista de se obter respeito, admiração e não se sentir insignificante.
Só que isso pode também não acontecer.
Todos
nós nos sentimos desamparados
perante um perigo real ou imaginário. E é muito difícil lidar com fracassos,
decepções, desilusões, vergonhas e revoltas. A gente tenta sem sucesso
escondê-los, mas eles acabam se manifestando de uma maneira que nem percebemos.
Agora,
o que a autora deixa claro é que algumas
coisas mal resolvidas dentro de nós faz brotar comportamentos e pensamentos inadequados perante a realidade.
Quais?
Ø Esperar do outro algo que ele não pode oferecer.
Ø Esconder o que sente, acha, pensa.
Ø Achar que é independente, livre e que pode fazer as coisas de acordo com o próprio desejo.
Ø Achar que as pessoas nos devem algo e por não darem isso, elas mereçam pagar.
É daí pra pior.
Se
não recebo do outro o que quero e não conquisto nada na vida me sinto um
derrotado e deixado para trás. Passo a ter raiva de tudo e tratar as pessoas
com hostilidade. Agora elas são meu adversário, preciso vencê-las e ser melhor
do que elas em tudo. “Quem tem que ceder não sou eu e sim elas”. “É melhor
ficar distante porque não preciso de ninguém.”
Mais uma vez de maneira clara, a autora expõe que com esse pensamento no final vamos terminar com as mãos vazias.
Não
se pode ser amado pelas pessoas e ao mesmo tempo pisar nelas. É compreensivo
buscar segurança, proteção e afeto para não se sentir tão isolado. Mas não pode
ser buscado de qualquer maneira ou como forma de compensar algo que deveria ser
resolvido de outro jeito.
É
importante também buscar descobrir quem somos, o porquê de ter ganhado esta
vida, evitar aquilo que causa fraqueza. Aceitar orientação, conselho e ajuda
porque sozinhos não chegaremos a lugar nenhum.
HORNEY,
Karen. A personalidade neurótica do
nosso tempo. Tradução de Jonathas Ramos de Castro. Campinas-SP: Editora
Auster, 2023. 220p. The Neurotic
Personality of our time.