CORPO FECHADO (UNBREAKABLE)

 

     Corpo Fechado (Unbreakable, 2000) fala de dois sujeitos que estão tentando descobrir seus lugares no mundo. David Dunn é inquebrável (título que seria mais adequado ao filme). Após ser o único sobrevivente de um acidente de trem descobre que em seu histórico médico não há nenhum registro de que tenha ficado doente ou que tenha sofrido algum arranhão pelo corpo. Elijah Prince desde pequeno sofre com um raro problema genético: seus ossos são extremamente frágeis. Impossibilitado de sair e de brincar com as crianças ocupa todo seu tempo lendo Gibis.

Aos poucos cada um vai percebendo possuir habilidades especiais. Elijah acredita fortemente que as histórias dos quadrinhos que lia falava algo sobre a realidade. Ele crer que existe alguém totalmente oposto a ele (“se sou quebrável, então existe alguém inquebrável”) e tem certeza que David é esta pessoa. David não tem propósitos e nem sabe o que está acontecendo ao seu redor. Ao Esquadrinhar sua vida percebe que deve fazer alguma coisa para mudá-la.

Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight, 2008) mostrou de maneira bem feita que o herói só existe por causa do vilão e vice-versa. O filme permite um novo olhar sobre esses dois personagens. Não se trata apenas de dois sujeitos opostos e deslocados que viveram o que ninguém viveu e que sabem fazer o que ninguém é capaz de fazer.  São homens que buscam acima de tudo descobrir a maneira de como utilizar os poderem que têm, para só assim anular o vazio que sentem. Mas é um passo que desperta medo e apreensão, pois suas vidas serão alteradas para sempre. Fora que tais poderes podem mexer com suas cabeças fazendo-os perder até a sanidade.

O filme tem um final surpreendente típico de seu diretor. Com boas atuações e mesmo sem muita ação, Corpo Fechado merece ser visto e revisto.

De M. Night Shyamalan. Com: Bruce Willis, Samuel L. Jackson e Robin Wright. EUA, 2000, 1h46min.

                                                                                                                      Atualizado em: 14/06/2023

PROCURA-SE AMY (CHASING AMY)

 

O quadrinista Holden se apaixona por Amy. Mas a moça é lésbica. Após conversas e alguns encontros, Amy também se apaixona e decide começar um relacionamento com Holden. O problema é que o passado dela o incomoda. Amy já viveu diferentes experiências amorosas enquanto Holden não. Ele se sente “deixado para trás” e acha que deve ter as mesmas experiências para estar no “mesmo nível” que ela.

Além de mostrar de como é difícil conciliar o passado do outro com suas novas escolhas no presente, o filme joga uma luz para entendermos um pouco de como funcionam os relacionamentos amorosos:

Ao “expandir os horizontes” nem sempre se encontra aquilo que se busca. O que se fez não foi capaz de responder aos anseios do coração.

Nem todos se encaixam em nossos conceitos.

É dolorido quando a pessoa não corresponde conforme esperamos.

Às vezes por não saber o que se sente acha que se deve experimentar de tudo na vida. Podendo trazer mais confusão do que “experiências”.

O passado pode complicar o presente.

Para seguir em frente é preciso terminar e deixar cada um viver sua vida. Sem rancor, mágoa ou sentimento de vingança.

 

Os diálogos e a interpretação de Joey Lauren Adams são os pontos altos do filme. Incluo também o personagem de Dwight Ewell. O filme tem a classificação de 18 anos, mas não se resume a seu linguajar de cunho sexual.

De Kevin Smith. Com: Joey Lauren Adams, Ben Affleck e Jason Lee. EUA, 1997, 1h53min.

                                                                                                    Atualizado em 16/05/2023