Bento nasceu em Núrsia, na Itália, no ano de 480. De
família rica, foi mandado por seus pais a Roma para estudar. Vendo que muitos
se perdiam no estudo e desejando agradar somente a Deus, Bento larga tudo e se
isola numa gruta em Subíaco. Era alimentado por São Romano e este lhe impôs o
hábito (roupa) de monge. Começa a fazer apostolado com os pastores que
habitavam a vizinhança. Sua fama se espalha pela região e as pessoas iam lá
alimentá-lo para ouvi-lo.
Após três anos, Bento sai da gruta e ao sul de Roma
funda o mosteiro de Monte Cassino. Ali, ele começa a moldar a diretriz da vida
monástica com uma mudança necessária: a vida do monge deve ser comunitária e
não isolada, tendo a direção de um abade. A vida dos monges era pautada por um
conjunto de regras que tinham por prioridade a prática do silêncio, obediência, fraternidade, oração e trabalho. Essas
regras ficaram conhecidas como A Regra de São Bento.
Muitos tiveram inveja de Bento pelo sua forma radical
de viver o Evangelho e maneiras de matá-lo não faltaram. Ainda assim, Bento não
guardava maldade em seu coração. Por diversas vezes sofreu ataques do demônio,
direta e indiretamente e em todas elas se saiu vitorioso por meio de sua ascese.
São Bento é um grande auxílio nas batalhas espirituais. E como exemplo há a Medalha de São Bento, um sacramental contendo símbolos e textos relacionados à sua vida. A medalha foi aprovada pelo Papa Bento XIV em 1742 como instrumento de devoção de fé e não um amuleto mágico.
Nela há de um lado Bento carregando o livro da
Regra e uma Cruz, Três frases, uma com os
dizeres: Cruz do Santo Pai Bento,
a outra “Que sejamos fortalecidos por
sua presença na hora da nossa morte” e a última “Descoberto da montanha sagrada do Monte Cassino em 1880”. Há também uma taça de vinho (referência a monges que tentaram matá-lo com
o vinho envenenado. A taça foi quebrada quando Bento fez o sinal da cruz) e um corvo (que levava um pão
envenenado mandado por um sacerdote invejoso). No outro lado da Medalha tem
mais uma vez a frase Cruz do Santo Pai
Bento e uma oração (que
é uma arma poderosa nas horas de tentação) que foi traduzida assim:
“A Cruz Sagrada seja minha luz.
Não seja o dragão me
guia.
Retira-te Satanás!
Nunca me aconselhe
coisas vãs.
É mal o que tu me
ofereces.
Bebe tu mesmo os teus
venenos.”
São Bento deixa a lição que para fazer com que o Evangelho
se espalhe é preciso não apenas rezar, mas também trabalhar. A vida do cristão
é uma constante luta contra as tentações do demônio e que ela não deve ser
vivida isolada e sim com as pessoas.
Bento foi canonizado em 1220 e sua festa é celebrada
no dia 11 de julho. É padroeiro da Europa.
São Bento, rogai por nós!
SÃO GREGÓRIO Magno,
Papa. Vida e milagres de São Bento.
9ª ed. Artpress: São Paulo, 2017. 126p.